quinta-feira, 21 de março de 2013

Hino aos Mamões


Parecer acerca de exploração gratuita de Enfermeiros especializados

ABC pediu para ser transferida para outra unidade do ACES e a Direção alega que tal não pode acontecer dada a necessidade de um Enfermeiro Especialista em Reabilitação para trabalhar na referida unidade, uma vez que tenho as competências de enfermeira especialista e estou inscrita na Ordem como tal, mas não tenho a respectiva categoria profissional nem remuneração correspondente.
Venho por este meio solicitar um parecer do Sindicato dos Enfermeiros.
Sem outro assunto.
Somos simpatizantes da seita cujo lema é: «Deus manda sermos bons mas não nos manda sermos estúpidos…».
É merecida, neste caso, uma resposta torta; mas então, é o próprio, que, além de agredido, fica ainda, com remorsos de não ter acertado na quantidade e qualidade da resposta a dar.
Esta Colega encarrega-nos de emitirmos um parecer, que transmitimos com todo o prazer de quem alertou para o grave perigo e enorme injustiça de retirarem a categoria de Enfermeiro especialista, da nossa carreira.
O Douto Professor Bastonário da Ordem dos Médicos dizia, há dias: “que não acha necessário haver especialistas nos Cuidados Primários e outras liberdades poéticas, que vai cantando, na calçada do quebra-costas”.
A ABC fez a especialização por conta própria, com a exclusiva concessão do estatuto de trabalhador estudante, que é dado a quem estuda; seja uma especialidade ou o contrário.
Por isso, ninguém tem o direito de lhe exigir trabalho especializado, sem lhe retribuir a remuneração condizente com a sua especialidade.
Se não pode ser-lhe exigido trabalho especializado, também não podem condicionar a mudança de unidade funcional.
Quem diz que precisa de um enfermeiro especializado em reabilitação, só tem uma coisa a fazer; requer a remuneração correspondente e autorização para um contrato.
Não sabe como fazer?
Consulte o Diário da República onde vê abrir concursos para médicos especializandos a contratar no dia seguinte ao termo da especialização. Por isso o fadista acima referido quer um deus para eles e um diabo para os outros.
Se quem está a impor aquela ilegalidade é uma “senhora enfermeira” da raça das tipo ERA, pedimos que não aumente a nossa dor, já de si incomensurável com tanta exploração que estamos a ver praticar nos e pelos enfermeiros.
Os Enfermeiros Especializados têm não só o direito de não prestarem cuidados especializados não remunerados, como o dever de denunciar quem os presta de forma ilegal.

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