terça-feira, 2 de abril de 2013

REORGANIZAÇÃO DOS CSP


Como é possível, alguém, de bom senso, ou mesmo do comum, falar em reorganização duma coisa, ministrando a essa coisa “menos do mesmo”;

Se ainda fosse “mais do mesmo”, vá-que-não-vá; ainda se acrescentava algo, na dita reorganização. Mas, acrescentar “menos do mesmo” é retirar um pedaço do pouco, que existe.

Como diz o Povo: «Quem nasce torto, tarde ou nunca se endireita».

Os Cuidados de Saúde Primários (CSP) nasceram tortos e nunca mais deixaram de se entortar.

Quando lemos a mediocridade do que tem sido escrito, no imenso e vazio normativo, da Folha Oficial, para afastar esse meio de assistência primária do seu rumo autêntico, ficamos tristes, mas não parados; temos de ter a energia suficiente para reorganizar de forma genuína o que devem ser os CSP, feito o diagnóstico correto e ponderado longamente, às anomalias.

Deixámos, demasiado tempo, demasiado sozinhos, os Clínicos Gerais a brincarem aos títulos e às consultas de qualidade medíocre, ao ritmo USF, transformando os CSP, num imenso consultório nacional.

Por sua vez, políticos ignaros, enchiam e enchem menos, agora (água mole…), a boca com os triunfos de muitas consultas de quê e para quê, quando os verdadeiros problemas de índole enfermeira ficam por resolver e à espera da reorganização séria, que se impõe, porque é, de há muito, esperada e necessária.

Convém salientar que desta distorção têm culpa os próprios Enfermeiros, que desleixaram a sua parte. Têm-se perdido a cuidarem da parte dos outros, onde empatam tempo precioso e energias vitais e reconstrutivas.

Hoje, quando se aborda a verdadeira questão dos CSP, como a implantação das Metas, quer de Alma-Ata, quer de Munique, de inspiração da Organização Mundial de Saúde (OMS), faz-se um ruído enorme, à volta das necessidades de reorganização dos CSP;

Inventam histórias de usurpação de funções, que são dos Enfermeiros, por mérito e excelência; sempre foram, aqui e em todo o mundo.

Vamos cumprir a promessa de iniciar um processo de reorganização, a verdadeira reorganização, que os CSP reclamam, pois já basta de perder tempo e feitio, por caminhos errados, mal entregues a quem dá o que pode e a mais não é obrigado.

Já começámos por publicar a Meta 1, de Munique, que a OMS recomenda para Região Europeia, onde Portugal está inserido.

Não se trata de ficcionar doenças, que não existem, necessidades, que não são prioritárias, em cada momento; trata-se de cumprir objetivos ou metas, que estão verdadeiramente dimensionadas e têm estado arredados da prática corrente, baixando, assim, o nível da qualidade.

É chegada a hora, de os Enfermeiros cumprirem a sua missão, nos CSP: exige-o a dignidade da Profissão; exige-o a População; exige-o o País, em crise, que já não suporta exageros, por mais tempo, estejam eles pintados de cor mais atrativa!

Queremos dar o nosso contributo eficaz.

Vamos dá-lo, com a participação ativa e devidamente orientada da Enfermeira!

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