sexta-feira, 31 de maio de 2013

DAR VOZ AO SILÊNCIO

Um dos nossos propósitos é, neste blogue, éabordar questões pertinentes que motivem os Enfermeiros para a luta na defesa dos seus interesses e, sobretudo, direitos.
Da obra "Do Silêncio à voz" de Bernice e Suzanne respigamos um artigo do New York Times, 11 de Março de 1993.
As autoras são Linda Aiken e Claire Fagin

Mais Enfermeiras, melhor medicina
As Enfermeiras necessitam de mais autoridade nos cuidados primários

[Os EUA têm falta de médicos nos CSP. Isto limita as opções para melhorar o acesso aos cuidados de saúde rentáveis.As Enfermeiras são um recursonacional com potencial para vencer este desafio.
Desde o inicio de 1960, a política federal promoveu duas estratégias para aumentar os CSP:
1 - Incluiu o apoio federal ao estabelecimento de uma nova especialização - a medicina familiar. Até aqui (33 anos depois - 1993) não teve êxito. Entre 1970 e 1990, a proporção de médicos nos cuidados primários decresceu, estando esta taxa de decréscimo a aumentar.
2 - Por outro lado o emprego de Enfermeiras e Parteiras tem-se revestido de um enorme sucesso.
Duas décadas de investigação, resumidas no verão passado (1992) no Yale Journal on Regulation, dá provas claras de que as Enfermeiras prestam cuidados de qualidade comparável aos dos Médicos, e a custos menores.
A Enfermagem pode substituir os Médicos com segurança em até 90% dos Cuidados de Saúde Primários (CSP), requeridos pelas crianças e 80% dos requeridos pelos adultos. O relatório Yale concluiu que a utilização eficaz de Enfermeiras é impedida por barreiras financeiras, legais e profissionais.
Contudo, as enfermiras e as Parteiras prescrevem menos fármacos, utilizam menos exames e seleccionam tratamentos e instalações de custo menor.
Historicamente, as Enfermeiraseram mais passíveis do que os Médicos para exercerem em áreas onde os cuidados de saúde eram insuficientes.
As Enfermeiras anestesistas efectuam 85% dos serviços de anestesia em áreas rurais. Aproximadamente uma em cada 5 Enfermeiras e Parteiras, exerce em áreas rurais e perto de 50% trabalha em cuidados no interior
As comparações internacionais sugerem que 75%de todo o cuidado pré-natal e parto poderia ser proporcionado por Parteiras. Mas nos EUA as Enfermeiras assistem menos de 4% dos partos.] (...)
Lá como cá a problemática não é muito diferente.
A única diferença, não despicienda é de que estas preocupações começam a ser discutidas em 1960, portanto há pelos menos 53 anos.
Hoje, as coisas são diferentes.
O nosso intuito é chamar a atenção de quem nos lê, como conseguiram as Enfermeiras Americanas, que podem não ser rigorosamente autóctenes ultrapassar as barreiras que se lhes impunham:
O comércio e finanças, porque as Enfermeiras e Parteiras receitam menos de tudo, desde os medicamentos aos exames e instalações;
 A lei foi abrindo as possiblidades de actuação autónoma das Enfermeiras e Parteiras;
Os outros profissionais: quem não se lembra do desdem com que o Bastonário dos Médicos encara esta possibilidade, mais próxima ca concretização do que o Sr. Bastonário da OM quereria, mas menos rápida do que nós desejamos e o Povo precisa mesmo que o não saiba, manipulado que está pelos interesses cautelosamente disfarçados de coisas imprescindíveis da "Medicina Defensiva".

Apesar de estarmos em 2013 a discutir problemas que, já eram enfrentados decisivamente, em 1960 nos EUA, só para exemplo, pois há muitos outros países, modelo, em Portugal os outros profissionais são o nosso obstáculo que nem todos os Enfermeiros, ainda, estão mentalmente preparados para enfrentar, sobretudo por falta de literatura adequada.
Poir isso fornecemos pequenos excertos do que foram as notícias há décadas atrás, para demonstrarmos que, nem sequer, estamos a ser originais.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

HORÁRIOS DE TRABALHO DOS ENFERMEIROS

Mal essa desculpa de mau pagador feita de Troika começou a dizer, onde os governantes, pouco convictos e, ainda menos convincentes, deviam mexer para "luteranamente", alguns trabalhadores dos menos iguais, nos quais o governo anterior catalogou os Enfermeiros, serem obrigados a comer o pão duro, que o diabo amassou, regado com o suor do rosto, já os predadores mandavam elaborar horários com 40 horas semanais, aos Enfermeiros, sem camas para dormirem, mas obrigatórias para os mais iguais, com o argumento de evidenciar o óbvio: que a seguir à noite vem o dia, em que é preciso trabalhar sem qualquer nexo nem lógica, nem justificação: apenas para demonstrar relevância e só.

Quem não se lembra daquela inusitada jornada dominical dos ministérios da saúde e finanças, para aprovarem um ACT de Médicos com 35 horas semanais, mas cuja desorganização interna demonstra, sem qualquer critério válido, que há falta de "horas médicas", por isso passariam a ser potenciadas com percentagens voltosas, uma forma de consagrar uma parcela de 5 horas semanais igual a 40% ou mais, do vencimento, já compostinho, visto que as horas extraordinárias iam ser retiradas aos outros, nos quais estão os Enfermeiros, à cabeça, enquanto vítimas dos vícios crónicos do Sistema. [convem lembrar que o sistema é composto por "imputs; black box; outputs]

Não é decente um governo eleito democraticamente, manter castas de menos iguais e mais iguais, tirando a uns tudo para dar tudo a outros.
Por isso avisamos que; acerca dos horários dos Enfermeiros iremos demonstrar que não podem ser aumentados de qualquer maneira, pois as consequências podem ser imprevisíveis.
Mas se for essa a solução, esquecendo que os Enfermeiros são um "Corpo Especial" das funções públicas, não por snobismo ou petulância, mas devido à complexidade e dureza extremas das suas horas de trabalho, então temos de exigir que, nas mesmas circunstâncias o tratamento deve ser igual, porque todos somos iguais, enquanto trabalhadores com horários. E os dos Enfermeiros não são do tipo fisga (estica e encolhe); são compactos.

Lamentamos a pressa {qual a pressa!} com que algumas Direcções de Enfermagem, que não têm funções sindicais, mas também não são o contrário; exploradoras alienadas, para se prontificarem  a sacrificar os seus dirigidos, sem as contrapartidas, que ao lado dos Enfermeiros e bem próximo deles, estão a ser distribuidas lautamente, baseando-se em sofismas e necessidades fictícias, que não resistem a uma mirada, com lógica!
Bastaria aplicar os mesmos métodos aos iguais e aos mais iguais, para se ver como em vez de faltarem, até sobram.

Aqui, neste contexto, já não há interesse nesse método do trabalho em equipa?!
Um dia destes, vamos demonstrar essa evidência, distorcida pelo sofisma, na organização do trabalho e nos horários dos mais iguais.
Lamentamos esta atitude enfermeira por todos os vícios que demonstra, que o tempo não apaga e regridem, de quando em vez, mas sobretudo, pela mentalidade abstrusa, que evidenciam, neste sector.
Já não bastavam os males com que os Enfermeiros se debatem, escolhidos para serem uma espécie de "bodes expiatórios" dos vícios que se foram desenvolvendo, num SNS viciado, como, ainda, terem de suportar o pau nas duas mãos de quem os dirige; aqui, agora, não há sequer, "pau numa mão e pão noutra".

Se em vez de irreflectidamente porem o "carro à frente dos bois" como soe dizer-se, pretendendo fazer muitas omeletas com poucos ovos, se empenhassem em demonstrar o papel relevante dos Enfermeiros dirigidos por elas; demonstração, aliás, extremamente fácil de concretizar, a partir da situação real, veriam melhorar a qualidade e aumentar a quantidade, através da motivação que não conseguem incutir nos seus dirigidos: mal dirigidos.

É que não se pode permitir aos Enfermeiros, que atirem, sistematicamente, para cima dos outros as culpas próprias.
O estatuto dos Enfermeiros Directores é simétrico ao dos Directores Clínicos, por isso nada justifica que uns sejam mais iguais e outros menos iguais.
Tudo depende da eficácia dos "cargos" e de quem os desempenha.

Haja maneiras!

Sejam decentes, para não nos forçarem a sermos indecentes!

Em cada dia que passa esgota-se mais uma boa dose da paciência dos Enfermeiros!

Nós não podemos estar junto de todos os Enfermeiros ao mesmo tempo para lhes lermos e explicarmos estas coisas; mas todos os Enfermeiros podem estar junto de nós através do que lhes escrevemos, no mesmo momento:
{Se maomé não vai à montanha, vai a montanha a Maomé}, diz o ditado que, oportunamente citamos.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

DIRECTIVA Nº 2010/32/UE, TRANSCRIÇÃO PARA PORTUGAL

Os Sindicatos dos Enfermeiros - SE e Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem - SIPE reuniram cerca das 15 horas, do dia 29 de Maio 2013, com o Gabinete do Sr. Secretário de Estado da Saúde Dr. Leal da Costa, a fim de analisar e emitir parecer acerca do teor do projecto do Decreto-lei que vai transpor para a ordem jurídica interna a directiva acima referenciada, em título.

É uma Lei que nos merece a melhor atenção e apoio, pois tem como objecto:

ARTIGO 1º -

OBJECTO:

[Estabelecer o regime jurídico relativo à prevenção de feridas provocadas por dispositivos médicos corto-perfurantes que constituam equipamentos de trabalho nos sectores hospitalar e da prestação de cuidados de saúde, transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva , 2010/32/UE do Conselho, de 10 de maio de 2010, que executa o Acordo-Quadro relativo à prevenção de ferimentos provocados por objectos cortantes nos sectores hospitalar e da saúde celebrado pela Associação Europeia de Empregadores Hospitalares e de Saúde (HOSPEEM) e pela Federação de Sindicatos Europeus do Serviço Público (EPSU);

ARTIGO 2º

ÂMBITO DE APLICAÇÃO:

1 - O disposto no presente decreto-lei aplica-se aos empregadores, trabalhadores, incluindo os subcontratantes, estudantes e estagiários dos sectores hospitalar e da prestação de cuidados de saúde (CSP),
2 - Os empregadores estabelecem medidas para garantir que os subcontratantes cumprem as disposições estabelecidas no presente decreto-lei.

ARTIGO 3º

DEFINIÇÕES

Para os efeitos do presente decreto-lei, entende-se por:
a) "Dispositivos médicos corto-perfurantes que constituam equipamentos de trabalho", os dispositivos médicos definidos nos termos da alínea t) do art.º 3º do DL nº 145/2009, de 17 de junho na prestação de cuidados de saúde, que podem causar feridas, ferimentos e ou infecções nos trabalhadores, por meio de corte, perfuração ou picada, sendo considerados como equipamentos de trabalho;

b) "Empregadores", pessoas, organizações, singulares ou colectivas, públicas ou privadas, responsáveis por gerir, organizar e por prestar serviços e ou actividades directamente relacionadas com a prestação de cuidados de saúde, que têm uma relação jurídica com os trabalhadores e outros prestadores;

c) "Estudantes ou estagiários", qualquer pessoa singular que efectua formação clínica como elemento de sua educação, respectivamente, académica e profissional;

d) "Locais de trabalho abrangidos", estabelecimentos de prestação de cuidados de saúde, públicos ou privados, e outros locais onde sejam realizados e prestados cuidados de saúde, sob autoridade e supervisão do empregador,

e) "Medidas preventivas específicas", medidas adoptadas para prevenir o ferimento e ou a transmissão de infecções aquando da prestação de cuidados de saúde, incluindo a utilização do equipamento necessário e seguro, com base na avaliação de riscos e nos métodos seguros da manipulação e eliminação de dispositivos médicos corto-perfurantes que constituam equipamentos de trabalho;

f) "Representantes dos Trabalhadores", qualquer pessoa eleita, escolhida ou designada em conformidade com a legislação em vigor em matéria de representação dos trabalhadores;

g) "Representantes dos trabalhadores em matéria de segurança e saúde", qualquer pessoa eleita, escolhida ou designada em conformidade com a legislação em vigor em matéria de representação dos trabalhadores nos domínios da segurança e saúde no trabalho;

h) "Subcontratante", qualquer pessoa que executa serviços e actividades directamente relacionadas com o meio hospitalar e ou de prestação de cuidados de saúde no âmbito de relações contratuais estabelecidas com o empregador;

i) "Trabalhador", qualquer pessoa singular que exerce funções e presta actividade a um empregador, mediante retribuição, independentemente da modalidade de vinculação e do tipo de relação jurídica.

(...)]

Pela amostra se vê e antevê a importância da transcrição desta directiva comunitária para a lei interna do país.
Saudamos, com entusiasmo esta transcrição, que clarifica a responsabilidade de quem emprega e a segurança, de quem trabalha com o mínimo de garantia dessa segurança, pois o acidente acontece, quando menos se espera.

MAIS UM EXEMPLO PARA REFLECTIR

NUM SERVIÇO DE CIRURGIA duma ULS, onde se convidam os Médicos para aderirem ao regime de exclusividade com vista ao usufruto de algumas mordomias regalas não despiciendas.

Mas, nessa mesma instituição vejamos o que acontece no serviço de cirurgia com cerca de 18 Enfermeiros fixos e 1 de entrai e sai, segundo as circunstâncias relativas à clandestinidade. Ao que isto chegou...!
A situação é, quanto aos doentes das 34 camas, ainda aparecem mais 2 ou 3 para o corredor, sobrecarga, onde 1 = 3, quanto a esforço despendido, a começar pelo esforço de atenção, totalizando,+ou- 40 .
Pois, para fazer face a este universo clínico (acamado) e dos 17+1 esporádico Enfermeiros, a situação real e concreta é, objectivamente esta:
1 Enfermeiro foi reformado e não foi ainda substituído:
3 Enfermeiras usufruem de justo e legal horário de amamentação;
1 Enfermeira de licença por parto;
2 Enfermeiras com baixa.
Consequências:
1 Enfermeira tem, só uma, dos 2/3 que trabalham a tempo inteiro, acima das 140 horas pelas 4 semanas, + 40 horas, que vão habitualmente para o calote.
O desgaste que esta Enfermeira acusa é enorme e,  em breve, será mais uma Enfermeira doente, se não física, pelo menos psiquicamente, inevitavelmente.
Convém repetir que matematicamente, 1/3 dos Enfermeiros está ausente ou mais ou menos a tempo limitado, operacionalmente.
Como estarão as outras, (?), que já nem se queixam, porque, além de ter deixado de acerditar nos outros começam a desconfiar de si próprias?
Que mais exageros serão necessários para pôr em dúvida estas administrações de caris umbilical, que só reparam nas hipóteses próprias do grupo, o seu grupo, com o esforço mínimo,  retirar o  lucro máximo, sabido que é; o grupo no poder absoluto da saúde, que pratica horários de fisga, pois esticam e encolhem, consoante os interesses próprios, que não os do serviço. Até lhe oferecem a exclusividade e tapam as maselas, um pouco do muito, mas que contrasta com o abandono dos Enfermeiros às suas dificuldades extremas, não obstante o seu papel estrutural no hospital.
As outras Colegas Enfermeiras, já não se queixam, porque as circunstâncias abandalhas, sugerem o sofrimento em solidão, mais demolidor ainda.
Onde temos de picar os responsáveis, a todos os níveis, por esta situação?
A seringa é um instrumento que nos simboliza.
Se os outros usam o diagnóstico para obter dividendos, por que não usamos a seringa, com os mesmos fins úteis?!
"Na terra onde estiveres, faz como vires fazer"

terça-feira, 28 de maio de 2013

CONTRAÇÕES E RESPONSABILIDADE

Depressa e bem não há ninguém.
Há uns teóricos apriorísticos que reduzem o provérbio a: [depressa e bem há pouco quem], mas esse génios são raros e nós estamos a falar de pessoas normais e humanas; que se cansam e com esse cansaço aumentam a possibilidade de irem reduzindo os movimentos e lenteiam-nos progressivamente.
Mas este não é o único risco. O maior e mais perigoso é a possibilidade de errar, subir na razão directamente proporcional, ao cansaço; quanto mais cansaço mais rápida é a possibilidade de erro!

O outro problema, muito mais gravoso, reside no objecto de trabalho dos Enfermeiros, que não é reciclável, porque é pessoa humana, cuja vida está nas mãos de quem tem de reduzir ao mínimo a hipótese de erro.

Há uns mecanismos legais que servem como prémio de consolação; a responsabilidade civil e criminal do agente que provoca dano irreparável, na vida das pessoas, que podem ir desde a morte às incapacidade físicas temporárias ou permanentes.
O respeito pela pessoa implica manter e criar condições, quando não existam, que reduzam ao mínimo a capacidade de errar.
 Os furiosos "troikianos", que só sabem ler números e mal, como as circunstâncias vão demonstrando, não sabem que já desde 1977 que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) elaborou uma directiva que o nosso Estado aprovou, para consumo interno, que limitava o número de horas semanais e propunha duas folgas seguidas entre duas semanas de trabalho.
Estas recomendações vindas duma OIT tão experiente e avisada nestas matérias laborais, devia fazer pensar um pouco mais os governantes e administradores, quando fazem regras para a Enfermagem.

O problema é que esta vertente da problemática está a agravar-se de dia para dia o que está a tornar cada vez menos seguros os cuidados de Enfermagem.

Sempre que nos consultam aconselhamos os interessados em respeitarem os seus limites de actuação com segurança e ao mínimo sintoma de desgaste, parem e recuperem energia.
Não se esqueçam que a jornada contínua dá cerca de 10 minutos de repouso em cada hora, quer de dia quer de noite.
Não hesitem em utilizá-los.
Provavelmente ao vosso lado têm outros profissionais em trabalho extraordinário a dormir em cama feita e quarto escuro e silencioso.
E não são executores de terapêuticas e outras necessidades; muitas vezes limitam-se a pensar e, se pensarem mal é porque sabem que há Enfermeiros a corrigirem esses erros de pensamento.

Colegas,
Respeitem-se e façam-se respeitar, enquanto é tempo;
Respeitem a vida dos doentes;
Respeitem, impondo a vossa responsabilidade profissional.

Estamos a assistir a tentativas irreflectidas de imposições de sacríficios e esforços imprudentes com programações de horários, em que os Enfermeiros já vão reagindo.
Há autênticas violações à lei dos horários de que iremos dando exemplos concretos autenticamente asnáticos e perigosos.
Estejam atentos às nossas instruções legais e humanas.
As contrações de despesa não são uniformes nos efeitos ou consequências...

HORAS EXTRAORDINÁRIAS E OS ENFERMEIROS

As escalas de serviço, uma vez elaboradas são para se cumprir, sem alterações, até ao final do seu efeito (4 semanas, regra geral).

Da Direcção de Enfermagem do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa EPE,m recebemos um exemplar da nota de serviço 31/2013 de 10 de Maio.

[A realização de trabalho extraordinário previsto antecipadamente aquando da realização dos horários está sujeito a autorização prévia, após análise das justificações apresentadas.
Todo o trabalho extraordinário realizado por motivos imprevistos deverá ser justificado turno-a-turno para que possa ser autorizado o seu pagamento.
Esta norma decorre da obrigatoriedade prevista no art.º 7º do anexo II do Dec.Lei nº 244/2012 de 9 de Novembro.
Os horários que inicialmente apresentem por falta de recursos humanos horas extra, têm de ser entregues atempadamente para aprovação em reunião de CA.
Solicita-se ainda que os serviços em que os horários do mês de Maio contemplem horas extra sejam entregues na Direcção de Enfermagem para efeitos de autorização.
Nota: Mensalmente, e no caso dos serviços que recorram ao regime de prestação de serviços a horas a realizar por estes profissionais deverão estar também previamente autorizadas.
Assina o Enfº Director].

Há aqui algumas ilegalidades que convém evidenciar:
1 . O trabalho extraordinário é o que resulta, por definição, do acréscimo imprevisto de serviço. Não é horário extraordinário o que é  previsto antecipadamente. E não é de cumprimento obrigatório, pois é ilegal.
1 . 1 . Se os Enfermeiros não impuserem o dever de os respeitarem, quer directamente, quer por nosso intermédio, estarão sempre sujeitos a aproveitamentos oportunistas.

2 . As escalas de serviço têm um tempo para serem discutidas entre os Enfermeiros e respectivas Chefias, pois têm de ser elaboradas de acordo, entre ambas as partes (artº 56 º - 1 do DL 437/91); têm outro tempo para serem expostos os rascunhos e finalmente, devem estar afixadas e homologadas por quem o CA entender, em tempo útil, sempre antes de entrarem em execução.

3 . A C/N nº 18/92 é a norma de elaboração de horários que está de acordo com as regras básicas a respeitar na elaboração das escalas de serviço.

4 . Quanto às reduções de 20% , 10%, 50% não se discutem, pois são um critério de quem manda, mas, atenção:

4 . 1 . Desde que resultem de acréscimo imprevisto de serviço, as horas extraordinárias são de cumprimento obrigatório;
4 . 2 . Se são de cumprimento obrigatório, também são, igualmente, de pagamento obrigatório, na totalidade. Não há reduções de custos, nesta mtéria. Podemos dar algumas sugestões, onde se deve poupar, sem entrar na exploração ilegal dos Enfermeiros. Por exemplo o Hospital de Bragança, cujo estudo do regabofe de transformar enfermarias em camaratas de profissionais, que deviam ir dormir a casa e estarem em regime de prevenção, dada a baixa e/ou nula produtividade, é um, entre muitos exemplos de poupança justa e oportuna, sem ter de sacrificar os que produzem trabalho útil, como é o caso dos Enfermeiros.

Portanto, os nossos Associados, que sejam forçados a fazer horas ditas extraordinárias, porque  previstas previamente (logo não são extraordinárias), podem contar com a nossa ajuda para impedir a ilegalidade, que não permitiremos, nem neste nem noutro local desde que tenhamos conhecimento e obrigação legal e sindical para actuarmos em defesa dos legítimos direitos dos nossos Associados.

Finalmente, recomendamos e alertamos para os limites de esforço humano; para a segurança dos Doentes, que os excessos de esforço põem em perigo pelo natural aumento da possibilidade de erro humano; para a responsabilidade pessoal e profissional inerente à categoria, que não é delegável nem alienável e responsabiliza directamente o Enfermeiro pelos erros que cometer, pois são sobejamente conhecidos os limites de tolerância à fadiga de que a C/N 18/92 é um bom exemplo, em matéria de elaboração de horários.
Há ainda, Enfermeiros disponíveis, à procura de emprego, que podem substituir as ditas horas extraordinárias, que ainda por cima de tudo isto podem aumentar o IRS, levando os Enfermeiros a terem de pagar para as fazerem, em vez de receberem o prémio do seu esforço, justo e merecido.
Poupar sim, mas no superfluo mantido por pusilanimidade de administração e não no essencial, como é o trabalho dos Enfermeiros calculado em 90% do trabalho útil dos serviços de saúde.~

Quanto ao Regulamento dos Horários ele tem de respeitar as normas vigentes, nomeadamente:
1 . A elaboração do horário dos Enfermeiros é de comum acordo e não fica ao critério exclusivo da administração ou de quem a substituir, por delegação.
2 .  A jornada contínua é a que rege os intervalos (art.º 56º - 7 do DL 437/91), pois trata-se duma carreira especial de Enfermagem que deve ser respeitada.
Os CIT ou se integram nas mesmas regras ou então teremos de ser chamados a participar nas normas de elaboração de horários segundo as determinações do Código de Trabalho.
NB - Quando as regras estão escritas é mais fácil analisá-las e corrigir o que ultrapassa os limites da lei.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

PESSOAS OU NÚMEROS: COISAS

[PESSOAS ou NÚMEROS]

  [Descrição: Pedro Afonso, médico psiquiatra no Hospital Júlio de Matos]
 {Pedro Afonso - Médico psiquiatra Transcrição do artigo do médico psiquiatra Pedro Afonso, publicado no Público

Alguns dedicam-se obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo
que a sociedade é feita de pessoas.

Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo epidemiológico
nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da Europa com a maior
prevalência de doenças mentais na população. No último ano, um em cada
cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase metade
(43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência, urdida nos jogos e na
televisão, faz parte da ração diária das crianças e adolescentes. Neste
redil de insanidade, vejo jovens infantilizados incapazes de construírem um
projecto de vida, escravos dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais
que satisfazem todos os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes
imaginária.
Na escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus,
pois todos terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a
vontade de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos, criando‑lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque, nos últimos quinze anos, o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100 casamentos (dados de 2008). As crises conjugais são também um reflexo das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas sólidas e fomentar a prosperidade.
Enquanto o legislador se entretém maquinalmente a produzir leis que
entronizam o divórcio sem culpa, deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de alimentos.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez mais
difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família. Nas
empresas, os directores insanos consideram que a presença prolongada no
trabalho é sinónimo de maior compromisso e produtividade. Portanto é fácil
perceber que, para quem perde cerca de três horas nas deslocações diárias
entre o trabalho, a escola e a casa, seja difícil ter tempo para os
filhos. Recordo o rosto de uma mãe marejado de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três anos.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses, porque a taxa de desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos. Tenho presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela falta de trabalho, se
sentem rendidos e impotentes perante a maldição da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual, tornadas inúteis, segurando um papel encardido da Segurança Social.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar que
alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês, enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à actividade da pilhagem do erário público. Fito com assombro e complacência os olhos de
revolta daqueles que estão cansados de escutar repetidamente que é
necessário fazer mais sacrifícios quando já há muito foram dizimados pela
praga da miséria.

Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com
responsabilidades governativas porque se dedicam obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais.

E hesito em prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o estômago
vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma inquietação culposa diante destes rostos que me visitam diariamente.

Pedro Afonso
Médico psiquiatra}

NB - Alphonse Duvard nas "Lettres de mon moulin

escrevia pondo nas palavras do pequeno pastor, quando a sua deusa Estefaninha lhe foi levar, à montanha as provisões para a quinzena, olhando as estrelas, dizia-lhe: " o dia é a vida dos seres; a noite é a vida das coisas".
Tratar as pessoas como números ou coisas é mantê-las na noite escura, imprópria das pessoas.
Também nós nos interessamos pelas pessoas, dando aos números o valor que merecem que é o de quantificarem pessoas ou coisas, mas não o de as substituírem ou julgá-las e considerá-las como números, desumanizando-as.
Se contribuirmos para fazer com que mais pessoas possam ler este brilhante artigo, cheio de preocupação humanista, valeu a pena.
Sobretudo os Enfermeiros são parte da humanização, por isso lhes proporcionamos esta leitura, tão actual e tão sábia.

ENFERMEIROS, ESSES HEROIS ANÓNIMOS DA SAÚDE MUNDIAL

OS ENFERMEIROS SÃO OS HERÓIS ANÓNIMOS DA SAÚDE GLOBAL


Estamos a celebrar a Semana Internacional de Enfermeiros, que culmina em 12 de maio com o aniversário de Florence Nightingale. Embora a nossa mãe, fundadora da enfermagem moderna pudesse ficar impressionada com a tecnologia de saúde de hoje, tenho certeza que ela iria ficar muito mais decepcionado pela invisibilidade permanente de enfermeiros, contra a qual ela lutou tanto durante a sua vida; tentou dar voz ao silêncio e visibilidade ao obscurecimento.
Toda a gente conhece alguém que é Enfermeira. Além trabalharem nos Centros de Saúde e Hospitais, trabalham também nas escolas de seus filhos, no seu local de trabalho, na sua fábrica, em todos os ramos das Forças Armadas, e até, nos seus locais de culto. 
Há mais de 3 milhões de Enfermeiros, só nos Estados Unidos. Mas a grande maioria das Enfermeiras - mais de 32 milhões  - trabalham noutras partes do mundo.
Mas é nos países pobres, em comunidades, onde as necessidades de saúde são maiores e os médicos são escassos, que os Enfermeiros assumem um papel, ainda mais relevante, na prestação de Cuidados de Saúde, servindo muitas vezes, como os únicos provedores (que providenciam) em aldeias rurais ou favelas urbanas. 
Para uma mãe, em trabalho de parto, nas montanhas de Lesoto, na África do Sul ou;  para uma criança, vítima de cólera, em Port-au-Prince, Haiti, ter acesso a parteiras e enfermeiros,  significa a diferença, entre a vida e a morte. 
Trabalhamos com os pacientes, em todas as fases de suas vidas, desde o nascimento, até a morte. 
Os Enfermeiros entregam os bebês de forma segura, apesar dos poucos ou nenhuns recursos;
Conseguem,  habitualmente, demonstrar perante as pessoas, que os observam; que conseguem proporcionar ao moribundo, enquanto pessoa, uma morte digna e livre, o mais humana  e com o mínimo de dor possíveis, em circunstâncias precárias. 
Os Enfermeiros são os que sabem, mais bem que todos os outros, do que nossos pacientes e suas comunidades precisam.
Mas, embora os Enfermeiros executem 90 por cento de todos os cuidados de saúde, em todo o mundo, não obstante, continuam invisíveis na tomada de decisão, nas tabelas estatísticas, em capitais nacionais e agências internacionais. Sua ausência reflecte uma crise de saúde global.
Em reuniões importantes, onde médicos especialistas  e de saúde pública mundial e os benfeitores internacionais planeiam os esforços e prioridades, na prevenção e tratamento da saúde global, áreas estas, onde os Enfermeiros fornecem a grande maioria dos cuidados prestados, raramente são incluídos, na discussão e planeamento, que lhes dizem directamente respeito. 
O Conselho Internacional de Enfermeiros demonstrou, salientando, a grave falta de Enfermeiros em cargos de liderança, na Organização Mundial da Saúde (OMS), e não só. 
O relatório anual da OMS, acerca dos  recursos humanos de 2008, revelou que; mais de 90 por cento dos profissionais  especialistas são médicos, que menos de um por cento são especialistas de enfermagem, apesar de as Enfermeiras constituírem mais de 80 por cento da força de trabalho global de saúde.
No Partners In Health (PIH), estamos a trabalhar com organizações congéneres e com os Ministérios da Saúde para reforçar os esforços dos Enfermeiros tendentes a aumentarem a visibilidade da Enfermagem, através de acções concretas. 
Temos um grupo incrivelmente forte,  que trabalha, e inspira os Enfermeiros, atuando como seus colegas e professores, nos seus países, bem como toda a comunidade, em geral. 
Estes são os peritos de recurso para respostas a perguntas de entregas globais de saúde.
No Peru, Enfermeiros como Dalia Guerra serviu de pedra angular de um programa que alcançou os mais altos índices de cura, no mundo, em doentes com tuberculose multirresistente. 
No Haiti, a Enfermeira Beatriz RoMeLa criou uma comunidade de líderes de Enfermagem haitianos; No Ruanda, a Enfermeira Manzi Anatole dirige um programa, que está a fornecer orientação e supervisão de Enfermeiros, em clínicas de saúde rurais. 
E no Mamohau Hospital, no Lesoto rural, a Parteira Maphaila Mabathoana trabalha incansavelmente para garantir que as mulheres sejam capazes de ter trabalho de parto seguro e entregues a profissionais.
Muitos dos nossos colegas, nos Estados Unidos e em todo o mundo comprometeram-se de forma determinada e substantiva, para dar voz e visibilidade ao silêncio em que os interesses escusos tentam manter a Enfermagem. Precisamos de mais parceiros como eles, por isso; está aberto o concurso para as muitas vagas que existem, ainda..
Numa das iniciativas mais inovadoras de Enfermagem, em saúde global, que se  tem visto, o "Dana Farber Cancer Institute" apoiou a criação de uma parceria de Enfermagem, em oncologia com "Inshuti Mu Buzima (IMB)", organização irmã da PIH, no Ruanda. Quatro Enfermeiras de oncologia experientes têm o compromisso de trabalhar junto com as Enfermeiras e os médicos locais no IMB por períodos de 3 meses, criando uma oportunidade sem precedentes para os Enfermeiros do Ruanda  desenvolverem as competências especializadas e experiência necessárias, que  elevem a qualidade do atendimento, em oncologia.
E mais uma iniciativa inovadora é a que o "Regis College", de Massachusetts desenvolve, ao criar uma parceria com o Ministério da Saúde haitiano e PIH, para enfrentar a escassez de ensino de Enfermagem, no Haiti. 
A parceria tem vindo a desenvolver um programa de mestrado, há três anos, com 12 membros do corpo docente de Enfermagem haitianos. Esses líderes enfermeiros vão formar-se numa universidade pública haitiana, com um mestrado que lhes permita assumir a liderança, na formação de uma futura geração de Enfermeiras, num país, onde são desesperadamente necessárias - tanto para melhorar a qualidade do atendimento, como adquirir o conhecimento essencial e as perspectivas para o processo de tomada de decisão.
Estas iniciativas, de base e de longo prazo,  estão, no entanto a moldar sinergicamente, a nova face da Enfermagem, em saúde global. Com o investimento da comunidade global na formação da Enfermagem, orientação e liderança, podemos fazer enormes progressos, no fortalecimento dos sistemas de saúde. 
A Semana Internacional do Enfermeiro é um momento de reflexão, celebração e esperança. Tenho orgulho de ser parte de uma forte comunidade de Enfermeiros Partners In Health. 
Se Florence Nightingale visse as nossas Enfermeiras, na prestação de cuidados compassivos para milhões de pessoas, nas partes mais pobres do mundo, acho que ela ficaria orgulhosa como nós.

NB - Se o boi manso assumisse a força que tem; 
se o boi bravo investisse no toureiro e não na muleta, acabavam as touradas...



META 10 - SPA 2000

NB - O cancro é doença que mata muita gente.
As medidas da redução de tabaco em lugares públicos estão a funcionar:
Os rastreios de Papanicolau fazem-se, hoje, com relativa frequência e podemos considerar que estão instituídos, na totalidade dos Centros de Saúde.
Só não estão mais cobertos, porque a medicomania retirou as parteiras dos CS, o que tem prejudicado a assistência materno-infantil, que tentaram erradicar, ficando a cargo do "Sinaleiro" de Saúde Familiar (SSF).
Não obstante, neste blogue, já se escreveu sobre a "escolha inteligente e sábia", que os nossos publicitários não publicaram, não fosse o diabo tecê-las, estragando-lhes as margens de lucro da sabida exploração. [ver texto da Reuters, abaixo]

{UMA RECEITA PARA O SNS PORTUGUÊS

Em 21/02/2013, na agência Reuters podia ler-se, o que os nossos “média” não viram ou não quiseram ver:
Basicamente, o artigo diz que os médicos precisam de reconsiderar a maneira como praticam “atos médicos”, porque "mais, em saúde, não significa melhor e chega mesmo a dizer que há demasiados testes médicos, que são feitos sem necessidade e, em muitos casos, podem aumentar o risco de cancro, ou piorar o estado de saúde do doente. Não admira, pois, que a fabriqueta publicitária do nosso SNS, não tenha publicado estes sábios conceitos e avisos.
Deste modo, diz a notícia:
«É assim que muitos exames médicos, tratamentos e outros procedimentos - muito utilizados, há décadas, - há médicos que já notaram como, quase sempre, são desnecessários e, muitas vezes, são prejudiciais; assim, médicos e doentes devem, portanto, evitar exageros e levar mais a sério esta questão.

As listas de procedimentos lançadas, na quinta-feira, pelas associações profissionais de 17 especialidades médicas, que vão da neurologia e oftalmologia, à cirurgia torácica, integram a campanha: - "escolher com sabedoria", organizada pela Câmara Americana de Medicina Interna, visando sensibilizar os médicos a não executarem procedimentos inúteis e passando a palavra para que entendam o seu significado redutor e sábio, sem se ofenderem com isso.

Os americanos têm a visão de que em saúde: - "mais não é igual a melhor", disse um dia o dr. Glenn Stream, médico de família, que identificou 10 procedimentos desnecessários, ou prejudiciais.

Há um conjunto de coisas, feitas frequentemente, que não contribuem para a melhorar a saúde das pessoas e, até, podem ser mesmo prejudiciais.


Num ou noutro caso excecional, um procedimento, que não produz benefícios para a grande maioria das pessoas, pode ser útil a uma delas. É por isso, que os médicos salientam que só estão a desaconselhar o uso rotineiro de testes e terapias, geralmente desnecessários.
{Em Portugal, chama-se as estas coisas inúteis; “medicina defensiva”, porque, um dia, alguém se lembrou de acusar de negligência um médico, que se esqueceu de pedir uma glicemia, a um hipotético diabético, como alavanca para o comércio instalado, a render vultosas comissões, aos seus municiadores. Foi quanto bastou para montar o uso rotineiro de exames desnecessários, senão mesmo prejudiciais, ao consumidor, além de dispendiosos para o SNS.Lá nas Américas pedagogizam sobre isto: Cá, nos endividados por estas e muitas causas afins, consome-se a crédito e o silêncio é tumular}!
[Por exemplo; a Academia Americana de Pediatria afirma que os médicos "devem questionar" o uso de TAC, em menores, com dores de cabeça e abdominais, pois que, além de não melhorarem o diagnóstico, aumentam o risco de cancro. Mas, se os médicos suspeitam de algo estranho, podem prescrever uma bateria de testes.

Para a maior parte dos especialistas, não há que olhar a custos, quando prescrevem exames complementares. Se o seu conselho fosse seguido, no entanto, seria possível economizar biliões de dólares, anualmente, evitando coisas desnecessárias, disse o dr. John Santa, diretor do Centro de Investigação de Consumos e Impostos. É um parceiro nas escolhas racionais.

Num grande grupo médico, com 300.000 pacientes o Dr. John Santa calculou que seguindo o conselho da “Escolha Inteligente”, em 2 procedimentos: eletrocardiograma e densidade óssea, reduziria a faturação em um milhão de dólares, por ano. Mas a nível nacional, significa um bilião de dólares.
O grupo de especialidades médicas trouxe um lote de 5 procedimentos para analisar. Porém, a maioria dos itens começa com um enfático "não". Os procedimentos especiais vão desde o banal ao esotérico (ouvido de nadador, repensando testes, pré-operatórios).

Outros especialistas dizem que não usam antibióticos orais em crianças, com menos de 4 anos, nas otites e gripes; como também não usam drogas para manter o nível de açúcar, no sangue, em adultos idosos, com diabetes tipo 2, com limites apertados. Não há nenhuma "evidência" de que o "controlo glicémico" amplamente praticado - seja benéfico - disse a "American Geriatrics Society". Pelo contrário; os medicamentos usados, no controlo apertado da diabetes, aumentam a mortalidade, pois este controlo, quando demasiado apertado, em si, pode aumentar o perigo de morte, porque pode provocar a hipoglicemia.

Certas recomendações, uma vez adotadas, originariam mudanças significativas, no atendimento do doente. Os geriatras, por exemplo, recomendam o não uso de alimentação por sonda nasogástrica, em doentes com estado de demência, muito avançado, porque provocam feridas e outros problemas, que uma alimentação, cuidadosamente administrada, pode evitar.


Quem já foi operado, tendo um bom estado físico geral, pode simpatizar com a ideia de rejeição de vários testes pré-operatórios. Mas, agora, os oftalmologistas aconselham o ECG e pesquisa de glicose, antes das cirurgias oculares, excetuando os que já são cardíacos ou diabéticos, por estarem controlados.

Já há muitos médicos a desaconselharem muitos procedimentos como; a colheita de imagens para as lombalgias (a menos que a dor dure há mais de 6 semanas), assim como qualquer triagem cardíaca, incluindo ECG, em pacientes sem sintomatologia cardíaca.


O uso, em larga escala "DEXA" - triagem pelo RX na osteoporose - , tornou-se prática corrente, na mira dos reumatologistas. Mas esse exame não deve ser feito, senão de 2 em 2 anos, pois as alterações, na densidade óssea, em períodos mais curtos, são inferiores, à margem de erro das máquinas de medição e isto pode levar as mulheres examinadas a pensarem que estão a perder massa óssea, quando, na verdade, não estão.

Retirada do DEFCON I

Outros "de não te" pode ser difícil, vendem a pacientes para os quais a ideia de qualquer anormalidade requer a versão da medicina do Defcon 1

Por exemplo; aparecimento de células anormais, no colo do útero.
O Colégio Americano de Obstetras e Ginecologias (ACOG)(Ginecobstetras) diz não tratar as mulheres, cujo teste de Papanicolau, para rastreio de cancro do colo do útero encontra displasia menor que as anormalidades que persistem, durante dois anos.

"Danos do tratamento, no colo do útero são o aumento de risco em gravidez posterior", disse o vice-presidente executivo ACOG, Dr. Hal Lawrence. As células anormais são, quase sempre, o resultado de uma infeção vírica, que o organismo elimina, por si; mas nas mulheres que pensam que isso significa o cancro cervical iminente terá de se ser convincente, com elas.

Se os médicos adotarem as recomendações da sua especialidade, com visitas ao médico para algumas doenças crónicas, seria muito diferente. Pacientes com dores de cabeça, recorrentes, não iriam necessitar do eletroencefalograma (EEG), que não melhora o resultado.

E reumatologistas não iriam usar Ressonância Magnética Nuclear (RMN) para motorizar as articulações, em doentes com artrite reumatoide; uma avaliação clínica é boa e suficiente.

As mulheres, em particular, iriam receber cuidados bastante diferentes. Os menores de 21 anos e aquelas que fizeram uma histerectomia para nada, desnecessária, significa que o cancro não deve ter papanicolau em tudo, dizem os especialistas. Outras mulheres devem começar a fazer os testes, de 3 em 3 anos e não anualmente, nas idades, entre os 30 e 65 anos.

"Fizemos um grande trabalho de treino para todos; mulheres e médicos, para conseguirmos um teste de papanicolau anual", disse Lawrence da ACOG; agora, verificado o exagero, temos de contrariá-los: isso não vai ser fácil.

A primeira lista "Escolher 45 procedimentos com Inteligência e Sabedoria", foi lançada, em Abril 2012, tempo demasiado próximo, para que haja dados concretos, seguros, quanto a constatar se eles estão a mudar a prática, ou não. Algumas dessas batalhas foram lançadas, há anos, com pouco ou nenhum sucesso.

A ACOG tem vindo a tentar reduzir a taxa de cesarianas eletivas, por décadas, e a sua "escolha inteligente e sábia", não é para agendar cesarianas eletivas ou induzir o parto, antes das 39 semanas. A taxa de cesarianas dos EUA, foi de 33%, em 2009, acima dos 21% de 1996, portanto, como mostram os dados federais.

PIOR PARA OS BÉBÉS, MAS MELHOR PARA A RECEITA


A experiência de Intermountain Healthcare, um grupo de hospitais e clínicas, em Utah, sugere a causa do fenómeno. A organização sem fins lucrativos, ainda recentemente reduziu a sua taxa de induções de trabalhos de parto inadequados e cesarianas, de 28% de nascimentos, para 2%, o que reduziu 50 milhões de dólares anuais, nas despesas com a saúde, sobretudo por reduzir o uso da unidade de cuidados intensivos, em neonatologia, onde iam parar muitos bebés, nascidos por cesariana.
Por outro lado, o Intermountain, também perdeu, por outro lado, 9 milhões, em faturação anual.

"No nosso sistema nacional de saúde (o americano) com taxas de serviços, disse Papai Consumer Reports" pobres e fracos resultados clínicos para os bebés, melhoram fluxos de receita, para os hospitais"; melhoria no atendimento pode reduzir a receita dos hospitais. 
(por isso o Intermountain perdeu 9 milhões...)

Muitos grupos empresariais assinaram o método "Escolher com Sabedoria", esperando que isso irá reduzir os custos da saúde, sempre a crescerem.
Por exemplo; o Conselho Empresarial Nacional de Saúde, com 7.000 membros do empregador e do Grupo de Negócios de Saúde Nacional, tem representação das empresas Fortune 500 e outros grandes empregadores, estão a distribuir aos seus membros material educativo, desenvolvido pela “Consumer Reports”, um parceiro no método da "Escolha Inteligente e Sábia".

Eles têm o cuidado de enfatizar que o conselho 
(o imperativo) vem dos médicos. "Se os empregadores dizem que você não deve ter todos esses exames ou procedimentos, vai inevitavelmente ser isso visto como:"

- o meu patrão não quer gastar o dinheiro para lhes dar cobertura - disse Helen Darling, presidente do Grupo de Negócios.
Há páginas e páginas de listas a levantar uma questão óbvia:
Como é que tantos procedimentos sendo inúteis e, até mesmo, perigosos, são tão profusamente utilizados?
A explicação:

Por um lado, não há nenhuma exigência regulamentar para os médicos terem de provar que um novo procedimento, que começam a usar, vá ajudar os doentes, ou não, a melhorarem a sua situação; ao contrário do que acontece com os fabricantes de medicamentos, que têm de demonstrar a eficácia do medicamento, antes de vender um produto farmacêutico novo, os médicos não têm de provar coisa semelhante; é a sua convicção ou outras coisas, que se impõem.
Por outro lado; "os americanos querem a coisa mais recente, o mais novo" disse Howard Brody, da Universidade dom Texas Medical Branch, cujo desafio, para 2010, é os médicos identificarem testes inúteis e tratamentos inspirados no, "Escolher com Sabedoria".
"Entusiasmo tecnológico, por parte dos médicos e do público, em geral, torna-os disponíveis para adotarem coisas novas, sem testes experimentais rigorosos. Somente, anos mais tarde, e só se e, quando os estudos são casualmente feitos, com rigor científico, verificamos que aquilo não é bom"!

{Infelizmente, a história próxima e distante, demonstra a frequência indesejável destes acidentes de percurso e entusiasmo, apriorístico!

Este texto foi feito para os americanos, onde muitos dos nossos "sábios de ocasião" vão inspirar-se, para virem, depois, para o lado de cá, do Oceano Atlântico praticarem, porque não têm de demonstrar nada, como os Médicos, encrostados  entre a religião e a ciência; por isso quando não dá a razão, a fé completa, porque é ela, que nos salva. Quando se comprova a sua inutilidade, é tarde e os prejuízos são enormes. Estamos nesse ponto, onde médicos e administradores são responsáveis pelo afastamento dos Enfermeiros da gestão, porque a sua comparticipação economiza e reduz lucros pouco ou nada úteis, para a saúde, onde “mais procedimentos (exames, drogas) não querem dizer melhorar a qualidade. [Quem não se lembra daquele Secretário de Estado da Saúde, que foi acusado de ladrão; que foi burlado por uma médica, que lhe vendeu uma casa e era assistente de um Bastonário da OM, entre outras tropelias, para construírem a acusação que o levou à cadeia, por uns tempos. Esse homem conseguiu dar verbas astronómicas (desde 88 mil contos, a mais baixa, aos 13 milhões e ainda mais, as mais altas) aos hospitais, em 1988, fenómeno nunca visto, nem antes nem depois, porque ceifou os exploradores do SNS, que lhe montaram a peça. Tive o prazer de testemunhar a seu favor e afirmar, em Tribunal da Boa Hora: É de ladrões destes que o SNS precisa].
Aqui, é oportuno recomendar a leitura dos "Inventores das Doenças" de Jörg Blech, para se verem os efeitos da imaginação criadora e como se criam os hipocondríacos saudáveis, desejosos de serem doentes, porque isso liberta-os do mal de terem saúde; de terem existência pesada, insuportável: uma alma sã num corpo são.}

SINAIS DO TEMPO


SINAIS DO TEMPO

O tempo, que passa, é muito exigente, porque as novas tecnologias permitem ver e fazer mais coisas, num momento, do que antigamente era pensável e exequível. Essa velocidade a que o tempo discorre dá uma nova interpretação ao discurso do nosso tempo.

Mas os nossos sentidos não se adaptam com a mesma rapidez; continuam lentos, naturais, apesar das tentativas de os acelerar.

A tendência dos meios tecnológicos, que, como captores, que são, tentam prender-nos e manter-nos reféns seus; dificultam a nossa capacidade de actualização. Transformam o ser humano em presa fácil destes e de outros tantos agarradores da nossa liberdade e de outros direitos, igualmente inerentes, à natureza humana e que fazem parte da “Declaração Universal dos Direitos Humanos”, que as Nações Unidas deram a conhecer, depois de adoptada, em Plenário das Nações, no dia 10 de Dezembro de 1948.

Infelizmente, há muitos que declaram respeitar esses direitos universais para, em seu nome, e abrigados por esse guarda-sol, fazem exactamete o contrário; mas, felizmente, que ainda há muitos mais que, como nós, se lembram desses direitos e de os propagarem, para o bem e para o mal.

Quando se usa a farsa para meter medo às pessoas em situação de insegurança, está-se a violar o mais elementar dos direitos humanos. Quem o viola deve ser punido severamente, com penas que podem ir desde o remorso, para os que têm consciência, até à destituição dos cargos que ocupam e de que são indignos ao usarem estes golpes baixos, proibidos na luta pela sobrevivência, para os inconscientes e desavergonhados.

Já houve uma época, em que a contratação de pessoas e serviços e mercadorias se fazia em regime de MONOPSÓNIO [mono = 1 só + opsonein - do Grego = fazer provisões de boca, sem escrever] é o regime em que um só comprador se encontra perante uma quantidade enorme de vendedores, em que a oferta excede a procura.

Para contrariar o regime do monopsónio, foram nascendo os Sindicatos. A partir de então a contratação de trabalhadores passou a ser negociada por sindicatos, cujo nascimento e imposição foram muito dolorosos, para os trabalhadores e sindicalistas, muitos dos quais deram a sua vida, para que, hoje, tenhamos o direito à negociação colectiva; para que tenhamos Sindicatos, aos quais os trabalhadores não apoiam, na medida em que deviam apoiá-los!

Olhando a nossa realidade Enfermeira com um pouco de atenção, como compete a qualquer Enfermeiro, esteja em que ponto estiver da escala, por imperativo de Classe ou de Corpo Especial Profissional, começam a desenhar-se os malefícios do monopsónio, regime perverso que já existiu e cujas raízes nunca se extinguiram, verdadeiramente, porque o empregador nunca perde o jeito de explorar o trabalhador.

Ainda vai havendo muita oferta e o contratador faz a olho o seu contrato com o Enfermeiro, sem regras nem segurança, porque há, ainda há, no mercado, muitos disponíveis, para um só lugar.

Depois, o passo seguinte é entregarem as vítimas aos gaúchos mandoristas filhos da ideologia caciquista, que, sem preparação, se entregam à prática de redução dos mais elementares direitos humanos um dos quais é o de liberdade de associação, sem que isso produza efeitos secundários, [pressões e intimidações], na relação empregador/trabalhador.

E marcam os sindicalizados e os não sindicalizados;

E marcam os de cada sindicato;

E os potenciais interessados por contrariar esta tendência – os TRABALHADORES, são os que, em primeiro lugar, se deixam dominar por ela fugindo do seu sindicato, com um medo e respeito quase religiosos, como se ser sindicalizado fosse um pecado mortal.

Porque acreditamos na salvação dos Enfermeiros desta estratégia, escrevemos estas coisas, para lhes lembrar que a sua salvação da exploração está no Sindicato, neste caso, no SE, pois ele lhe pode tirar o medo dando caça e coça nos “morubixabas” mandoristas, ao serviço do caciquismo que se instalou na saúde, nos últimos tempos.

Colegas; a melhor defesa é o ataque; por isso, é ao Sindicato que compete atacar, por vós, o conjunto de práticas, que vos oprimem e exploram, pois nem sequer são novas: despontam, quando o movimento sindical enfraquece.

Dar força ao seu Sindicato é um dever de todos nós.

domingo, 26 de maio de 2013

META 9 -SPT 2000

NB - Esta é uma problemática que está, perfeitamente, ao alcance dos Enfermeiros, antes de entrar nos Remendeiros, pois o que se gasta em prevenção destas enfermidades anquilosantes e mortíferas é infinitamente menos do que se investe em sofrimento pessoal, familiar e comunitário.
Depois de os Srs. Silvas fazerem o diagnóstico e os laboratórios determinarem as doses dos factores determinantes, a educação para a saúde se manter em níveis de "não risco" é uma das ocupações específicas dos Enfermeiros.
Até na sua preparação suplementar ficam mais baratos, pois não precisam de qualquer preparação extra, porque não vão baixar ao nível do Médico, porque pairam ao nível onde a saúde é o objectivo
Até o Zé Povo, que não conhece muito bem do que os Enfermeiros são capazes, mesmo quando lhes prestam cuidados, dizem que: [vale mais prevenir do que remediar].
Já vamos na meta nº 9 e ainda não saímos do programa das competências dos Enfermeiros; ainda não beliscamos, nem com uma virgula, as competências dos Asclepianos.
Estas evidências servem para demonstrar que os desvios de que foram alvo os Cuidados de Saúde Primários, começam a oscilar. E não foram os Enfermeiros que os desviaram: foram a ganância e os gananciosos; tudo se reduziu a uma única dimensão: a [consulta médica] e a invenção duma doença, quando ainda não exista, para manter o cliente e cumprir os objectivos com direito a incentivo.
Afinal os Centros de Saúde sempre vão precisar de porteiros para desviar as pessoas da atracção fatal: a consulta médica, que pode ser o fim ou o início duma ilusão.
Temos pena de também aqui, neste ponto da porta, contrariarmos a sugestão negativa do Sr.Dr. Silva.

sábado, 25 de maio de 2013

AS PLANTAS MEDICINAIS E O SEU USO CORRECTO


Numa etapa da nossa vida em sociedade, em que a crise se instalou, com tendência para se ir transmutando em várias subcrises ou crises de carácter diferente, por exigência da Troika ou asnice dos Troikanos, está para ficar e durar.
As patentes e outros produtos com elas relacionados, como o seu registo, numa caminhada longa, até ao genérico, podem acelerar o nosso hábito de usar as plantas para chás e outras coisas parecidas, quando consumimos medicamentos, que também vão lá buscar a molécula activa, como é o caso da aspirina que começou com a casca do salgueiro, árvore que dá sombra à beira-rio.
O aviso do observatório, que acima se expõe, é de muita utilidade prática, pela leitura directa, como pela consulta que se pode fazer, para o sítio ali publicado.
Claro que o aviso é tanto mais útil, como até pode funcionar ao contrário, isto é; se esta erva potencia a molécula X ou Y, então venha a erva, que sempre fica mais barata e não se fica sem a benéfica acção medicamentosa.
O meu gato e o meu cão, que ainda não aprenderam a consultar o site,  mas têm o vício da automedicação, vão directos às ervas que, pelos resultados, lhes fazem bem, não sei se como preventivo ou como curativo.
Sigamos a Natureza com a devida atenção e respeito; é o nosso conselho!  

AQUI JAZ UMA IDEIA GENIAL


Aqui jaz, uma iniciativa louvável de criar um grupo, + 1, que encontre soluções inovadoras, para a viabilização do SNS, como serviço de utilidade pública e não como pasto de insaciáveis.
Vamos ao último §, que diz assim: [Sem um novo paradigma, fiscalizado na eficiência e eficácia do Sistema, atingiremos a curto prazo uma situação de ruptura da prestação de cuidados de saúde].

A ideia é louvável; o problema é levá-la à prática!
A natureza da constituição dos grupos, que emergem, constantemente do Ministério da Saúde, têm todos eles o predomínio;
Ou predominam os Médicos, que por razões pessoais, do seu foro íntimo, deixaram de exercer a Medicina e ficam a dar palpites, arvorados em peritos, sem responsabilidade de levarem à prática o que teorizam, ou palpitam;
Ou são os formados no INA, agora em reconversão estrutural, (o INA, claro), para a requalificação de funcionários; estes só entendem de números com aquela abstracção matemática, que não se adapta às dificuldades reais.
Por exemplo; nos Cuidados de Saúde Primários fizeram-se 800 mil milhões de consulta médicas em 2012.
Estatisticamente, isto representa um valor colossal: Mas, e os cuidados a montante e a jusante, ou aquém e além destas, que existem, na realidade, como foram satisfeitos ou não?
Que dizem os estatísticos e os vencidos da Medicina, a esta outra realidade?
Obviamente; dizem nada, porque os seus sensores não captam esta fatia do real, porventura a mais importante.
A ideia deste catedrático é oportuna e sábia.
Mas vejamos o que nos diz a experiência das alterações à lei dos Cuidados de Saúde Primários, entre outras; todas elas são tendentes a medicalizar até ao máximo, os cuidados deste SNS, que temos.
Ora, como quem executa não é quem legisla ou perita, o monstro aí está, com as Unidades prestadoras de Cuidados, completamente ao contrário do que deviam ser, de acordo com a lógica e sustentabilidade do Sistema.

Bastou dar a possibilidade a uns quantos arredados (vencidos da Medicina) de fazerem Regulamentos Internos das Instituições, que Administram, a coberto do autonómico estatuto EPE, para centrarem, até ao ridículo e caricato, tudo, que é comando, no grupo Médico, arredando, por já notório e evidente sofrimento do complexo de inferioridade, relativamente aos Enfermeiros, que arredam da área da gestão, sem sequer terem a consciência do erro, que estão a cometer: os que o promovem e os que o toleram, sem se indignarem!
E os governantes aceitam e assinam isto, provavelmente, para não sofrerem de um diagnóstico errado, essa doença da moda: o diagnóstico.
Quem não o tem, faz-se-lhe!

Atrevemo-nos a sugerir, que a ideia é boa e oportuna, porque o tempo urge; mas para produzir os enfermeiros universais pretendidos e não ficar presa de qualquer grupo sectário, em vez de um grupo, cuja tradição demonstra que seria predominantemente médico, propomos que se façam três grupos autónomos, com cada um dos 3 grupos profissionais principais: 
Um formado só por Enfermeiros;
Outro formado só por Médicos;
O terceiro formado só pelo sector administrativo.
Aos 3 grupos devem ser postos os mesmos problemas.
Cada grupo dos 3 deve fazer as suas propostas de soluções concretas, com ênfase, na sua quota parte de execução profissional sectorial, no Sistema, segundo o seu estatuto profissional.
Estas propostas devem ser entregues de forma inviolável e, depois, devem ser intercaladas, no que de mais exequível e útil propuserem. O júri  da fusão, pode emergir dos elementos de cada um dos grupos, ou ser-lhes completamente alheio.

Constituir grupos de Médicos para reorganizar o que os próprios estragaram, é falta de honestidade e de utilidade prática, sejam quais forem as intenções, desde as melhores às piores.
Oxalá não venha por aí mais do mesmo o ainda pior do que é já muito mau.
Chegamos a pensar que se alguém com poder e ideias, próprias ou implantadas, quisesse resolver esta problemática, não lhe faltarão contributos e contribuintes.
Mas que a coisa está feia, não temos dúvidas!
Que quando o gigante Enfermeiro acordar, liberto da droga do medo que lhe injectaram, então muita coisa de inovador vai acontecer.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

OS CUBANOS A TURISMAR E O ZÉ A PAGAR


Para bom entendedor, meia palavra basta.
Se a organização dos Cuidados Primários e não só fosse outra;
Se os Enfermeiros estivessem como estão nos países evoluídos e poupados a gerir os cuidados de saúde, separando a necessidade duma consulta médica do cuidado de enfermeiro sem os misturar nem os confundir, não tínhamos de estar a fazer despesa com reservadores de vagas para futuros Médicos, antes que alguém com poder e imaginação estude a lição e tenha o bom senso de auscultar as nossas alternativas, vão lá longe buscar Médicos, para habituarem o cidadão à falta de Médicos;
Dizem que os Enfermeiros querem ocupar os lugares dos Médicos, mas para isso precisam de um suplemento formativo;
No fundo, tudo faz parte da tolerada pouca vergonha que é a organização do nosso SNS, de que tantos de orgulham, mas ainda se orgulhariam mais, se não fossem legal e racionalmente toleradas estas manobras de diversão.
Entretanto, os Enfermeiros, que podiam ocupar o seu lugar nos Cuidados de Saúde Primários, sem necessidade de recorrerem aos Médicos Cubanos, Colombianos, Moicanos e outros, emigram aos milhares; mas os que ficam, também não têm colocação, porque a casa do nosso SNS tem o telhado suspenso, na ignorância e na exploração.
Esta dos Médicos Cubanos ganharem o mesmo salário que os de cá e terem cabana de borla, a fazer parte do contrato, enquanto os de cá, ou emigram ou ganham o mesmo que eles, mas têm de alugar barraca à sua conta!
Tudo isto, é para fingir necessidade extrema de Médico, que nunca existiria, se o SNS estivesse montado e organizado, em torno do "Acto Enfermeiro" e não à volta do "Acto Médico", que é uma coisa indefinível, que não se sabe bem, onde começa e, onde irá acabar...
Era tão fácil fazermos boas cópias, não inquinadas por "corporativomanias".
Era tão fácil imitarmos os países, onde os interesses sociais se sobrepõem aos de Classe ou de grupo, que correm o risco de serem desacreditados, o que não é nada bom; ou serem classificados mais ou menos injustamente, como braços alongados do cartel quimiofarmacêutico.

Santa Luzia lhes dê a visão de que precisam!?