segunda-feira, 27 de maio de 2013

SINAIS DO TEMPO


SINAIS DO TEMPO

O tempo, que passa, é muito exigente, porque as novas tecnologias permitem ver e fazer mais coisas, num momento, do que antigamente era pensável e exequível. Essa velocidade a que o tempo discorre dá uma nova interpretação ao discurso do nosso tempo.

Mas os nossos sentidos não se adaptam com a mesma rapidez; continuam lentos, naturais, apesar das tentativas de os acelerar.

A tendência dos meios tecnológicos, que, como captores, que são, tentam prender-nos e manter-nos reféns seus; dificultam a nossa capacidade de actualização. Transformam o ser humano em presa fácil destes e de outros tantos agarradores da nossa liberdade e de outros direitos, igualmente inerentes, à natureza humana e que fazem parte da “Declaração Universal dos Direitos Humanos”, que as Nações Unidas deram a conhecer, depois de adoptada, em Plenário das Nações, no dia 10 de Dezembro de 1948.

Infelizmente, há muitos que declaram respeitar esses direitos universais para, em seu nome, e abrigados por esse guarda-sol, fazem exactamete o contrário; mas, felizmente, que ainda há muitos mais que, como nós, se lembram desses direitos e de os propagarem, para o bem e para o mal.

Quando se usa a farsa para meter medo às pessoas em situação de insegurança, está-se a violar o mais elementar dos direitos humanos. Quem o viola deve ser punido severamente, com penas que podem ir desde o remorso, para os que têm consciência, até à destituição dos cargos que ocupam e de que são indignos ao usarem estes golpes baixos, proibidos na luta pela sobrevivência, para os inconscientes e desavergonhados.

Já houve uma época, em que a contratação de pessoas e serviços e mercadorias se fazia em regime de MONOPSÓNIO [mono = 1 só + opsonein - do Grego = fazer provisões de boca, sem escrever] é o regime em que um só comprador se encontra perante uma quantidade enorme de vendedores, em que a oferta excede a procura.

Para contrariar o regime do monopsónio, foram nascendo os Sindicatos. A partir de então a contratação de trabalhadores passou a ser negociada por sindicatos, cujo nascimento e imposição foram muito dolorosos, para os trabalhadores e sindicalistas, muitos dos quais deram a sua vida, para que, hoje, tenhamos o direito à negociação colectiva; para que tenhamos Sindicatos, aos quais os trabalhadores não apoiam, na medida em que deviam apoiá-los!

Olhando a nossa realidade Enfermeira com um pouco de atenção, como compete a qualquer Enfermeiro, esteja em que ponto estiver da escala, por imperativo de Classe ou de Corpo Especial Profissional, começam a desenhar-se os malefícios do monopsónio, regime perverso que já existiu e cujas raízes nunca se extinguiram, verdadeiramente, porque o empregador nunca perde o jeito de explorar o trabalhador.

Ainda vai havendo muita oferta e o contratador faz a olho o seu contrato com o Enfermeiro, sem regras nem segurança, porque há, ainda há, no mercado, muitos disponíveis, para um só lugar.

Depois, o passo seguinte é entregarem as vítimas aos gaúchos mandoristas filhos da ideologia caciquista, que, sem preparação, se entregam à prática de redução dos mais elementares direitos humanos um dos quais é o de liberdade de associação, sem que isso produza efeitos secundários, [pressões e intimidações], na relação empregador/trabalhador.

E marcam os sindicalizados e os não sindicalizados;

E marcam os de cada sindicato;

E os potenciais interessados por contrariar esta tendência – os TRABALHADORES, são os que, em primeiro lugar, se deixam dominar por ela fugindo do seu sindicato, com um medo e respeito quase religiosos, como se ser sindicalizado fosse um pecado mortal.

Porque acreditamos na salvação dos Enfermeiros desta estratégia, escrevemos estas coisas, para lhes lembrar que a sua salvação da exploração está no Sindicato, neste caso, no SE, pois ele lhe pode tirar o medo dando caça e coça nos “morubixabas” mandoristas, ao serviço do caciquismo que se instalou na saúde, nos últimos tempos.

Colegas; a melhor defesa é o ataque; por isso, é ao Sindicato que compete atacar, por vós, o conjunto de práticas, que vos oprimem e exploram, pois nem sequer são novas: despontam, quando o movimento sindical enfraquece.

Dar força ao seu Sindicato é um dever de todos nós.

Sem comentários:

Enviar um comentário