domingo, 16 de fevereiro de 2014

HUMANISMO

Humanismo

Saiba o que é humanismo, pensamento humanista, história, Renascimento
humanismo
Humanismo: valorização das ações humanas no desenvolvimento dos valores morais:
Humanismo, no sentido amplo, significa valorizar o ser humano e a condição humana acima de tudo. Está relacionado com generosidade, compaixão e preocupação em valorizar os atributos e realizações humanas.
O humanismo foi um movimento intelectual iniciado na Itália no século XIV com o Renascimento e difundido pela Europa, rompendo com a forte influência da Igreja e do pensamento religioso da Idade Média. O teocentrismo (Deus como centro de tudo) cede lugar ao antropocentrismo, passando o homem a ser o centro de interesse. O humanismo procura o melhor nos seres humanos e para os seres humanos sem se servir da religião.
A filosofia humanista oferecia novas formas de reflexão sobre as artes, as ciências e a política, revolucionando o campo cultural e marcando a transição entre a Idade Média e a Idade Moderna.
Através das suas obras, os intelectuais e artistas passaram a explorar temas que tivessem relação com a figura humana, inspirados pelos clássicos da Antiguidade greco-romana como modelos de verdade, beleza e perfeição. Alguns autores humanistas mais conhecidos são: Gianozzo Manetti, Marsílio Ficino, Erasmo de Roterdão, Guilherme de Ockham, Carlos Bernardo González Pecotche, Francesco Petrarca, François Rabelais, Pico de La Mirandola, Thomas Morus, Andrea Alciati, Auguste Comte.
Nas artes plásticas e na medicina, o humanismo esteve representado em obras e estudos sobre anatomia e funcionamento do corpo humano.
Nas ciências, houve grandes descobertas em vários ramos do saber como a física, matemática, engenharia, medicina, etc., que contribuíram para um levantamento concreto da história da humanidade.

Humanismo e Renascimento

O humanismo estabeleceu os fundamentos ideológicos do renascimento europeu. O humanismo renacentista surgiu com uma nova postura em relação à doutrinas religiosas em vigor na altura, ocorrendo um afastamento para que fosse possível uma avaliação mais racional dessas mesmas doutrinas.
Durante o renascimento, o humanismo também foi caracterizado por tentativas de libertar o ser humano das regras rígidas do cristianismo da era medieval. Em sentido lato, o humanismo nesta época serviu como uma luta contra a obscuridade medieval, e levou à criação de um comportamento científico livre de normas teológicas.

Humanismo e Literatura

O Humanismo também corresponde a uma escola literária que teve preponderância nos séculos XIV e XV. Na literatura, destaca-se a poesia palaciana (que surge dentro dos palácios), escrita por nobres que retratavam os usos e costumes da corte. Alguns escritores italianos que mais impacto causaram foram: Dante Alighieri (Divina Comédia), Petrarca (Cancioneiro) e Bocaccio (Decameron).

Humanismo Secular

O Humanismo Secular, também conhecido como Humanismo Laico, é uma corrente filosófica que aborda a justiça social, a razão humana e a ética. Seguidores do Naturalismo, os humanistas seculares são normalmente ateus ou agnósticos, renegando a doutrina religiosa, a pseudociência, a superstição e o conceito de sobrenatural. Para os humanistas seculares, estas áreas não são vistas como alicerce da moralidade e da tomada de decisões.
Ao contrário, um humanista secular tem como base a razão, a ciência, a aprendizagem através de relatos históricos e da experiência pessoal, sendo que estes constituem suportes éticos e morais, podendo dar sentido à vida.

Humanismo e Psicologia

A psicologia humanista teve sua origem nos anos 50, e sua importância aumentou significativamente nas décadas 60 e 70. Sendo um ramo da psicologia e mais concretamente da psicoterapia, a psicologia humanista surgiu como uma reação à análise exclusivamente feita ao comportamento. É considerada como uma abordagem adicional, juntamente com a terapia comportamental e psicanálise.
Tendo como base o humanismo, a fenomenologia, a autonomia funcional e o existencialismo, a psicologia humanista ensina que o ser humano possui no seu interior um potencial de autorrealização. A psicologia humanista não tem como propósito fazer uma revisão ou adaptação de conceitos psicológicos já existentes, mas de ser uma nova contribuição na área da psicologia.
O significado de Humanismo está na categoria: Geral
 UM RESUMO DE MINHA PERPECTIVA “FENOMENOLÓGICA” DO MUNDO - Teilhard de Chardin
 PONTO DE PARTIDA E CHAVE DE TODO O SISTEMA
 “Existe uma deriva cósmica da Matéria, propagando-se na contracorrente através da Entropia, rumo a estados de arranjamento cada vez mais centro-complexos (isto na direção ou no interior – de um “Terceiro Infinito”, o Infinito de Complexidade, tão real quanto o Ínfimo e o Imenso). E a consciência se apresenta experimentalmente como o efeito ou propriedade específica dessa complexidade levada a valores extremos”. Quando aplicamos essa lei de recorrência (chamada “lei da complexidade-consciência”) à História do Mundo, vemos delinear-se uma série ascendente de pontos críticos e de desenvolvimentos extraordinários, - que são os seguintes:
 1. PONTO CRÍTICO DE VITALIZAÇÃO Em algum lugar no nível das Proteínas, produz-se (para a nossa experiência, ao menos) uma emergência inicial da Consciência no seio do Pré-Vivo. E, graças ao mecanismo concomitante de “reprodução”, a subida de Complexidade se acelera na Terra por via filética (gênese das Espécies ou Especiação). A partir desse estágio (e no caso dos vivos superiores) torna-se possível “medir” a marcha da Complexificação orgânica pelos progressos da Cerebralização. Graças a esse artifício, destaca-se, no seio da Biosfera, um eixo privilegiado de Complexidade-Consciência: o dos Primatas.
 2. PONTO CRÍTICO DE REFLEXÃO (OU DE HOMINIZAÇÃO) Em decorrência de alguma mutação cerebral “hominizante” que se produz nos Antropóides em fins do Terciário, a Reflexão psíquica (não apenas “saber” mas “saber que se sabe”) irrompe no Mundo, e abre para a Evolução um domínio inteiramente novo. No Homem, sob as aparências de uma simples “família” zoológica nova, é na verdade uma segunda espécie de Vida que começa, com seu novo ciclo de arranjos possíveis e seu invólucro planetário especial (a Noosfera).
 3. DESENVOLVIMENTO DA CO-REFLEXÃO (E ASCENÇÃO DE UM ULTRA-HUMANO) Aplicado ao grande fenômeno da Socialização humana, o critério de Complexidade- Consciência fornece indicações decisivas. Por um lado, um irresistível e irreversível arranjamento técnico-cultural de dimensões noosféricas está se manifestando em progresso na sociedade humana. E por outro lado, o espírito humano não cessa de se elevar, por efeito de co-reflexão, coletivamente (graças às ligações tecidas pela técnica), à percepção de novas dimensões: organicidade evolutiva e estrutura corpuscular do Universo, por exemplo. O par “organização-exteriorização” reaparece aqui com evidência. Quer isso dizer que, sob os nossos olhos, o processo fundamental da Cosmogênese continua a operar como antes (ou até mesmo atua cada vez mais). Considerada em sua totalidade zoológica, a Humanidade oferece o espetáculo único de um filo sintetizando-se organopsiquicamente em si mesmo. Verdadeiramente, uma “corpuscularização” e uma centração (uma centralização) na Noosfera como um todo sobre si mesma. 4. PROBABILIDADE DE UM PONTO CRÍTICO DE ULTRA-REFLEXÃO À FRENTE Se extrapolamos no futuro, a convergência técnico-mental da Humanidade sobre si mesma impõe a previsão de um paroxismo de co-reflexão, a alguma distância finita adiante de nós no Tempo: paroxismo que não se pode definir melhor (nem mesmo de outra forma) senão como um ponto crítico de um Ultra-reflexão. Não poderíamos naturalmente imaginar ou descrever um fenômeno assim (que implica aparentemente numa evasão para fora do Espaço e do Tempo). Entretanto, certas condições energéticas precisas, as quais deve satisfazer o acontecimento previsto (tais como ativação crescente, no Homem, do “gosto de evoluir” e do “querer viver”, ao se aproximar tal acontecimento), obrigam-nos a pensar que ele coincide com um acesso definitivo ao Irreversível (uma vez que a perspectiva de uma Morte total deteria definitivamente, por desencorajamento, a continuidade da Hominização). Foi a esse termo superior da co-reflexão (isto é, de unanimização, de fato) humana que dei o nome de “Ponto Omega”: foco cósmico personalizante de unificação e de união.
 5. VEROSSIMILHANÇA DE UMA REAÇÃO (OU “REFLEXÃO”) DE OMEGA DIANTE DO HUMANO NO DECURSO DA CO-REFLEXÃO (REVELAÇÃO E FENÔMENO-CRISTÃO) Quanto mais refletimos sobre a necessidade de um Omega para sustentar e animar a continuidade da Evolução hominizada, mais percebemos duas coisas: - a primeira é que um Omega puramente conjectural (puramente “calculado”) seria frágil demais para manter no coração do Homem uma paixão suficiente para faze-lo hominizar-se até o fim; - a segunda é que, se Omega existe realmente, é difícil conceber que seu supremo “Ego” não se faça sentir diretamente como tal, de algum modo, a todos os “egos” incoativos (isto é, a todos os elementos reflexivos) do Universo. Desse ponto de vista, a antiga e tradicional idéia de “revelação” reaparece e se reintroduz (desta vez por via de biologia e de energética evolutiva) na Cosmogênses. E também desse ponto de vista, a corrente mística cristã toma uma significação e uma atualidade extraordinárias. Pois, se é verdade que, de toda a necessidade energética, o processo de complexidade-consciência exige absolutamente, para se consumar, o calor de alguma Fé intensa, - é também verdade (e isso salta aos olhos desde que nos demos o trabalho de inspecionar á nossa volta) que não há presentemente nenhuma Fé em vista capaz de animar plenamente (amorizando-a) uma Cosmogênese de convergência, a não ser aquela Fé num Cristo “pleromizante” e “parusíaco” in quo omia constant (“Em que tudo subsiste”). (Em As Direções do Porvir - Pierre Teilhard de Chardin, 1954) Postado por Gilberto Ribeiro e Silva às 14:33 Um comentário:


HINO Á MATÉRIA

Bendita sejas tu, áspera Matéria, gleba estéril, duro rochedo, tu que não cedes a não ser pela violência, e nos forças a trabalhar se quisermos comer.
Bendita sejas tu, poderosa Matéria, mar violento, paixão indomável, tu que nos devoras, caso não te acorrentemos.
Bendita sejas tu, poderosa Matéria, Evolução irresistível, Realidade sempre nascente, tu que a cada momento fazes explodir as nossas molduras, obrigando-nos a perseguir sempre mais longe a Verdade.
Bendita sejas tu, Matéria universal, Duração sem limites, Éter sem margens – Tríplice abismo das estrelas, dos átomos e das gerações -, tu que transbordas e dissolves nossas estreitas medidas, revelando-nos s dimensões de Deus.
Bendita sejas tu, Matéria impenetrável, tu que, estendida em todo lugar entre nossas almas e o Mundo das essências, nos deixas lânguidos com o desejo de penetrar o véu sem costura dos fenômenos.
Bendita sejas tu, Matéria mortal, tu que, ao te dissociares um dia em nós nos introduzirás, forçosamente, no próprio coração daquilo que existe.
Sem ti, Matéria, sem os teus ataques, sem as tuas arrancadas viveríamos inertes, estagnados, pueris, ignorando a nós mesmos e a Deus. Tu feres e curas, resistes e dobras, arruínas e constróis, acorrentas e libertas, - Seiva de nossas almas, Mãos de Deus, Carne de Cristo, Matéria, eu te bendigo.
- Eu te bendigo, Matéria, e te saúdo, não como te descrevem, reduzida ou desfigurada, os po ntífices da ciência e os pregadores da virtude – um monte, dizem eles, de forças brutais ou de apetites baixos -, mas tal como me apareces hoje, em tua totalidade em tua verdade.
Eu te saúdo, inesgotável capacidade de ser e de Transformação, onde germina e cresce a Substância eleita.
Eu te saúdo, potência universal de aproximação e de união, através da qual se liga a multidão das mônadas e na qual convergem todas sobre a rota do Espírito.
Eu te saúdo, fonte harmoniosa das almas, cristal límpido de onde é tirada a nova Jerusalém.
Eu te saúdo, Meio Divino, carregado de Potência Criadora, Oceano agitado pelo Espírito, Argila amassada e animada pelo Verbo encarnado.
- Crendo obedecer ao teu irresistível apelo, os homens, muitas vezes por amor a ti, se precipitam no abismo exterior dos gozos egoístas.
Um reflexo os engana, ou um eco.
Agora vejo bem.
Para te alcançar, Matéria, é preciso que, partindo do contato universal com tudo o que se move cá embaixo, sintamos pouco a pouco desvanecer entre nossas mãos as formas particulares de tudo o que seguramos, até que permaneçamos às voltas com a única essência de todas as circunstâncias e de todas as uniões.
Se quisermos ter a ti, é preciso que te sublimemos na dor, depois de te haver vuluptuosamente agarrado em nossos braços.
Tu reinas, Matéria, nas alturas serenas onde os Santos imaginam te evitar – Carne tão transparente e tão móvel que não te distinguimos mais de um espírito.
Eleva-me para o alto, Matéria, pelo esforço, pela separação e pela morte – eleva-me lá onde, enfim, será possível abraçar castamente o Universo.
Embaixo, sobre o deserto que voltara à tranqüilidade, alguém chorava: “Meu Pai, meu Pai! Que vento louco o arrebatou!”
E por terra jazia um manto.

HINO AO UNIVERSO, Pierre Teilhard de Chardin, 1881-1955, Ed. Paulus, 1994.

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