segunda-feira, 24 de março de 2014

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enfermeiros alertam que é preciso cumprir medidas de prevenção das infecções hospitalares

24/03/2014 - 13:44
A Associação dos Enfermeiros de Sala de Operações Portugueses alertou esta segunda-feira que é preciso apoiar os profissionais de saúde para que se cumpram as medidas de prevenção da infecção associada aos cuidados de saúde, nomeadamente a do local cirúrgico, avança a agência Lusa, citada pelo SAPO Saúde.

A AESOP lamentou que ainda “persistam alguns procedimentos menos correctos e facilmente evitáveis como a utilização de anéis, pulseiras e unhas artificiais por parte de profissionais de saúde que prestam cuidados directos ao doente”.

A este propósito, a enfermeira Elena Noriega, da AESOP, lembrou uma norma nacional publicada pela Direcção-geral da Saúde (DGS) em 2010 que orienta os profissionais de saúde para a prática correcta da higiene das mãos nos cuidados aos doentes.

Desde que Portugal aderiu à estratégia da Organização Mundial da Saúde para melhorar a higiene das mãos, em 2008, a taxa de adesão a esta prática tem vindo a melhorar, situando-se nos cerca de 68%, disse Elena Noriega, que falava à Lusa a propósito do Congresso Nacional da AESOP, que decorrerá entre quinta-feira e sábado no Estoril.

Apesar da higiene das mãos ser uma medida com impacto conhecido na diminuição destas infecções, há outras medidas de precaução básicas, nomeadamente a higiene do ambiente e utilização correcta de luvas, de "extrema importância na prevenção da infecção".

Entre 40% a 60% das infecções do local cirúrgico (ILC), que representaram 18% do total das infecções hospitalares no último estudo nacional de prevalência de infecção em 2012, podem ser evitadas com “medidas de prevenção, muitas delas simples”, como a preparação pré-cirúrgica das mãos da equipa de cirurgia e "a administração criteriosa de antibiótico profilático no tempo certo".

Para as diminuir, Elena Noriega defendeu que deve ser mantido um conjunto de “boas práticas”, através de uma "estratégia multimodal, onde a formação, a auditoria e a informação de retorno aos profissionais de saúde acerca do seu desempenho são factores muito importantes".

Em 2011, ocorreram 11.357 mortes associadas à infecção hospitalar, que representaram 24,30% dos 46.733 óbitos ocorridos por todas as doenças, segundo o relatório da DGS “Controlo de Infecções e Resistência aos Antimicrobianos”.

Existem vários factores que contribuem para as ILC, que constituem a terceira infecção associada aos cuidados de saúde mais frequente e provocam elevada morbilidade, mortalidade e custos.

Há factores de risco associados ao doente, como a idade avançada, estado nutricional deficiente, diabetes, tabaco ou infecção coexistente noutro local do organismo, mas também à cirurgia.

Na cirurgia, a enfermeira dá como exemplo a preparação cutânea pré-operatória inadequada, a tricotomia inapropriada no pré-operatório e a preparação pré-cirúrgica inadequada das mãos da equipa cirúrgica.

Antigamente, as equipas cirúrgicas utilizavam muito a escova com sabão e um antimicrobiano, mas “ultimamente o mais aconselhado é a utilização de uma solução alcoólica, porque é mais eficaz, não causa tanta descamação na pele e normalmente tem uma capacidade residual superior, que é o que se pretende numa cirurgia”, explicou.

Sublinhou também que “a ILC aumenta brutalmente os custos do internamento”.

Estes são custos directos, mas “os custos intangíveis são muito preocupantes” e “têm um enorme peso sobre a família e o doente”.

Segundo alguns estudos publicados, os doentes que contraem uma ILC têm 60% maior probabilidade de necessitar de cuidados intensivos, cinco vezes maior probabilidade de serem reinternados e duas vezes maior probabilidade de morte.

Os estudos demonstram que a Vigilância Epidemiológica da ILC e a divulgação dos resultados à equipe cirúrgica conseguem diminuir 25% a 74% este tipo de infecção, pelo que "deve haver uma maior adesão dos hospitais a esta medida".

Recentemente foram publicadas pela DGS três normas – “A prevenção da infecção do local cirúrgico” a “Cirurgia Segura, Salva vidas” e “Profilaxia antibiótica cirúrgica”, que ainda está em discussão pública – que vão apoiar a luta contra a infecção no local cirúrgico.






Reportagem Lusa: Ir ao médico pode custar meia reforma

24/03/2014 - 12:46
Adoecer tem o custo das distâncias no extenso Nordeste Transmontano onde uma ida ao médico pode levar metade da reforma e há já relatos de pessoas que não vão porque não têm dinheiro para o transporte, conta a agência Lusa, numa reportagem citada pelo Notícias ao Minuto.

"Corta o coração" a João Martins, comandante dos bombeiros de Alfândega da Fé, que se depara diariamente com estes casos, sobretudo de idosos, que são transportados sozinhos, para longe de casa, numa urgência e vivem a angústia do preço que têm de pagar para regressar à aldeia.

No ano passado, em quatro meses, Germano Morais, de 54 anos, foi transportado 10 vezes da aldeia, Vilares da Vilariça, em Alfândega da Fé, para Mirandela. São pouco mais de 30 quilómetros, mas no distrito de Bragança as distâncias medem-se em tempo, mais de meia hora de caminho, e em quanto custa não ter hospitais de referência perto de casa.

Germano, que recebe 300 euros de pensão, gastou 200 em viagens de táxi por ser obrigado a recorrer este meio de transporte, por falta de alternativa.

Para ir a consultas, levantava-se às seis da manhã e andava cinco quilómetros até à aldeia mais próxima onde passa um autocarro. Cansou-se e foi para um lar, onde vai tendo apoio.

Beatriz Coelho, de 65 anos, ficou doente e chamou o INEM duas vezes. Foi para Mirandela, "ao cabo de duas horas" teve alta e foi obrigada a regressar a casa de táxi. Pagou 30 euros de cada vez.

Até há bem pouco tempo não era assim. Fez muitas viagens para o IPO, mas fosse de ambulância ou de autocarro ou não pagava nada ou era reembolsada.

Maria Helena Martins, de 76 anos, já não aguenta, não tem mais dinheiro para pagar 30 euros de táxi. Tem meses de ir cinco vezes a Mirandela. Já desistiu de três consultas.

Instituições como a Santa Casa da Misericórdia de Alfândega da Fé conhecem bem estas dificuldades entre os utentes do lar de idosos com idades entre os 80 a 90 anos.

"Diariamente deparamo-nos com esta situação. Vão para Mirandela, Bragança, Macedo, Vila Real, também temos situações que vão para o Porto. Aí têm de pagar 200 euros de ambulância", contou Lídia Martins, directora técnica do Lar.

À corporação dos bombeiros de Alfândega da Fé chegam "situações dramáticas", sobretudo da população idosa, que "vive daquelas reformas rurais de 200 e poucos euros e que chega a pagar para regressar às suas aldeias 60, 70 ou 80 euros de táxi", como relatou o comandante João Martins.

Os bombeiros "já têm ido em viaturas particulares buscar essas pessoas", quando estão nos hospitais e se apercebem destes casos, esperam por elas e ainda facilitam o pagamento do transporte nas ambulância da corporação porque sabem "o drama que vai ser pagar" o que para muitos é metade da reforma.

"Há situações que já começam a aparecer aqui, que não pedem o INEM para depois não ficarem sozinhos nos hospitais. Estamos a falar de pessoas de 70 ou 80 anos que para além das dificuldades económicas têm outro tipo de dificuldades também", frisou.

O problema é comum à população do Nordeste Transmontano que vive longe dos hospitais concentrados nas três maiores cidades (Bragança, Mirandela e Macedo de Cavaleiros) como asseverou Diamantino Lopes, presidente da Federação Distrital de Bombeiros.

Na maior parte das associações desenvolveu-se "uma política de facilitação do serviço" e está a ser pensado um sistema em que qualquer que seja a corporação mais próxima, o doente beneficia de um desconto no transporte em ambulância, desde que seja associado de uma associação de bombeiros da região.

Tem que se alterar a legislação no que diz respeito ao apoio aos transportes, reclama a médica Berta Nunes, a presidente da Câmara da Alfândega da Fé.

A autarca socialista pertenceu a um grupo rural europeu de médicos e aponta o exemplo que conheceu noutras zonas da Europa.

"Nenhuma legislação que seja produzida no parlamento do País de Gales, em Inglaterra, sai sem ser avaliado o impacto nas zonas rurais, mormente na área da Saúde que é uma área muito sensível porque de facto o acesso está altamente condicionado pelas grandes distâncias que existem nas zonas do interior", concretizou.

O município transmontano está a assegurar o transporte a 30 doentes oncológicos que de outra forma não tinham dinheiro para consultas e tratamentos nos Institutos Portugueses de Oncologia (IPO) do litoral.

Berta Nunes fala em "discriminação e falta de igualdade entre os cidadãos que vivem nas zonas do interior e os que vivem nas zonas do litoral no acesso à saúde".

"É uma situação de injustiça gritante, flagrante, que é urgente resolver, tem de ser reparada", reivindicou.






Clínica alemã cobra 17 mil euros por tratamento experimental contra o cancro

24/03/2014 - 11:29
Uma clínica na Alemanha está a cobrar milhares de euros por um tratamento experimental para o cancro. Apesar de a comunidade internacional não reconhecer a eficácia desta terapia, a clínica aconselha um pacote mínimo de 4 vacinas que custam quase 17 mil euros, a cada doente, conta a RTP.

Dos pacientes, 80% são portugueses. Para além deste serviço básico, são encaminhados para uma mediadora, também ela portuguesa, que se disponibiliza a acompanhá-los. Só para abrir dossier, Raquel Abreu cobra 400 euros. Tudo o resto - traduções, idas à farmácia - é pago à parte. É este esquema que levanta suspeitas. Centenas de doentes acusam a portuguesa de estar a explorar a dor e a doença.

Os repórteres do programa Sexta às 9 das RTP Isabel Pereira Santos e Pedro Boa Alma viajaram até Duderstadt à procura de respostas sobre este estranho negócio. Confrontaram a mediadora e o director da clínica. Dias depois, ambos proibiram a emissão das entrevistas.

O Sexta às 9 sabe que, nessa semana, o director do laboratório alemão viajou até Lisboa para negociar a abertura de uma filial portuguesa.






Cuba duplica salários de médicos: passam a ganhar 64 dólares por mês

24/03/2014 - 09:12

O governo de Cuba duplicou o salário dos médicos e dentistas, que vão ganhar 64 dólares mensais, pouco mais de 46 euros, informou na passada sexta-feira o jornal oficial Granma, citado pela AFP, avança o SAPO Saúde.

O aumento, que será pago a partir de 1 de Junho, "contribuirá para a estabilidade e a qualidade dos serviços médicos da população, assim como para cumprir os compromissos internacionais", lê-se no jornal. A decisão foi adoptada na passada quarta-feira numa reunião do Conselho de Ministros, liderada pelo presidente Raúl Castro.

Segundo uma tabela publicada pelo Granma, o salário de um médico com duas especialidades passará de 627 pesos (25 dólares) para 1.600 pesos (64 dólares), um aumento de 155%.

O salário médio em Cuba equivale a 20 dólares mensais, razão pela qual os médicos - que tinham um défice salarial em comparação com os restantes funcionários da saúde - estarão entre os funcionários públicos mais bem pagos da ilha, ainda que abaixo do que auferem colegas de outros países da América Latina.

Os enfermeiros também receberão aumentos substanciais, embora menores que os dos médicos e dentistas. Uma enfermeira especialista passará de 562 pesos (22,5 dólares) a 940 (37,6 dólares), escreve o Granma.

Cuba tem a maior quantidade de médicos por habitantes do mundo, segundo a ONU. Segundo o Escritório Nacional de Estatísticas, Cuba tinha 82.000 médicos, 14.000 dentistas e 92.100 enfermeiros no fim de 2012, todos funcionários estatais.

Mais de 50.000 médicos e paramédicos cubanos trabalham em 66 países, como Venezuela, Brasil e África do Sul, o que constitui a principal fonte de renda da ilha comunista. Granma declarou que a exportação de serviços médicos fornecerá neste ano a Cuba mais de 8,2 mil milhões de dólares, o que supera a exportação de produtos, de 5 mil milhões anuais.

























Vale a pena lê-las.

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