segunda-feira, 12 de maio de 2014

HOSPITAL SÃO SABASTIÃO





Este é o azulejo que assinala a abertura do Hospital de São Sebastião.

  E aquele é o pedido de demissão da Directora Clínica, ao que dizem, a libertar-se para a presidência do Conselho de Administração?

[ Exmo. Senhor
Presidente do Conselho de Administração do
Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, E.P.E.
Dr Fernando Silva


                                                                                         Data: 14/04/2014

C/C:
Diretora Clínica do Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, E.P.E.
Dra. Ana Cristina Silva
Vogal Executivo e Administradora Responsável pelo Centro de Custos da UCIP/UCI
Dra. Catarina Monteiro
Vogal Executivo – Dra. Margarida Ornelas
Enfermeiro Diretor – Enfº. José David Ferreira
Adjuntos da Direção da Clínica:
Dr. António Miranda
Dr. Fernando Moreira
Dr. Paulo Figueiredo


Assunto: Pedido de Demissão da Direção da Unidade de Cuidados Intermédios (UCI) e da Gestão do Doente Crítico no Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga (CHEDV)

Como é do conhecimento de vossa Exa o Modelo de Gestão do Doente Critico foi criado com um racional que se mantém atualizado e cuja contextualização se encontra nas Comunicações Normativas nº 07/2011 datada de 28 de Fevereiro de 2011 e 08/2011 datada de 22 Março de 2011 pelo que não vou tecer comentários sobre o seu importante papel no Processo de abordagem do Doente Crítico no Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga (CHEDV) com as consequentes repercussões positivas no outcome dos doentes a curto e longo prazo, a que se associa também, uma gestão com eficácia e eficiência dos dinheiros públicos, segundo o que é reportado pelas Publicações Cientificas Internacionais sobre o assunto, com um grau de evidência elevado.
Este modelo de gestão sempre pressupôs um nível adequado de recursos humanos, que pressupunha uma contratação de pessoal adequado às necessidades e há vários textos meus e mesmo audiências pedidas expressamente para discutir este grave problema, uma vez que à data em que assumi a gestão deste modelo, o Quadro Médico da Unidade de Cuidados Intermédios (UCI) contava apenas com a Dra Olívia Costa em regime de 35 horas. Havia mais dois elementos que “contavam no quadro” mas, como tive oportunidade de confirmar nos Recursos Humanos com a Dra Ana Ideias eram na realidade “artificiais”, o que facilmente será demostrado se for pedido tal registo aos recursos Humanos, a essa data. O panorama não mudou muito porquanto mantém no quadro da UCI a Dra Olívia Costa em regime de 35 horas, com a agravante de que agora não faz noites porque ultrapassou os cinquenta anos e tem a Dra Elsa Sousa em regime de 40 horas, tendo eu sido ultrapassada enquanto Diretora da UCI, porque embora esteja no contrato da Dra Elsa Sousa que faz todo o seu horário na UCI foi feito um acordo verbal entre a Dra Catarina Monteiro e a Diretora atual do Serviço de Emergência (SE) obrigando a Dra Elsa Sousa a efetuar 12 horas no SE dentro das 40 horas.

É conhecido que, de acordo com as boas práticas, os médicos para trabalharem nas Unidades de Cuidados Intermédios têm que ter competências próprias e a Dra Carolina Guedes durante o ano em que como “Assistente eventual” de Medicina Interna trabalhou na UCI fez progressos muito importantes pelo que eu própria e o Dr Paulo Marçal propusemos à Direção Clinica e ao Presidente do Conselho de Administração para no concurso que está a decorrer colocar a Dra Carolina na UCI e o outro médico que irá entrar neste concurso para o SE. Em resposta a Dra Carolina obteve por parte do Conselho de Administração que deveria trabalhar 30 horas no SE, pelo que ela tendo oportunidade de escolha não colocou o CHEDV na sua primeira opção, uma vez que no Hospital alternativo lhe disseram que iria cumprir a totalidade do seu horário na Unidade de Cuidados Intermédios.
Esta situação de escassez de recursos médicos na UCIP/UCI agravou-se desde o inicio deste mês com a saída do Dr. Paulo Campos, que assegurava duas rotações semanais, para Presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), cuja função o obriga a trabalhar em regime de exclusividade.
Não pretendendo fazer história sobre o tema da UCI, devo acrescentar que à data da minha nomeação para o Modelo de Gestão do Doente Critico parte do trabalho da UCI era assegurado pelos chefes de equipa do SE, que progressivamente diminui até chegar a zero. Entre outras razões alegavam também, a grande sobrecarga de trabalho, sobretudo no período noturno, “nos turnos na UCI”, mas na realidade em parte é compreensível porquanto o Quadro Médico da Emergência se foi delapidando. Este facto, veio perturbar em muito, o normal funcionamento da Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente (UCIP) e veio sobrecarregar de forma desumana, o já insuficiente quadro médico da UCIP, conforme foi repetidas vezes discutido em reuniões com a Dra Catarina Monteiro, enquanto Administradora Responsável pelo Centro de Custos da UCIP/UCI, não esquecendo que é ao mesmo tempo Vogal do Conselho de Administração do CHEDV sendo por isso de esperar, que os problemas a ela colocados com tanta premência e para os quais não podia dar resposta fossem discutidos na agenda do Conselho de Administração. Por falta de resposta adequada da parte da Dra Catarina Monteiro avançamos para o patamar seguinte, e nesse sentido tivemos múltiplas reuniões com a Direção Clínica sobre o mesmo assunto.
Depois de várias reuniões infrutíferas sobre a falta de recursos humanos na UCI/UCIP/Transporte do doente critico no CHEDV, repercussões na idoneidade formativa da UCIP, implicações no currículo dos médicos que se encontram em preparação para fazer exame da subespecialidade de Medicina Intensiva foi solicitada por mim mais uma reunião urgente à Direção Clínica, desta vez formal e por “oficio” entregue à Exma. Senhora Diretora Clínica, com conhecimento e carta entregue via o Secretariado da Administração a cada um dos adjuntos da Direção Clínica bem como à Dra Catarina Monteiro, onde pedia permissão para ser acompanhada pelo Dr Paulo Marçal e o Dr Paulo Reis. Dado que não obtive resposta, mais um email foi enviado em 31 de Janeiro à Exma. Diretora Clinica, solicitando nova reunião urgente ao qual obtive resposta, por email, parte da qual transcrevo: - “É claro que em relação à desmotivação dos recursos humanos, muito tem a ver com conjunturas externas ao CHEDV que condicionam uma diminuição das remunerações e por vezes um aumento da carga de trabalho.
Compete às Direções de Serviço manter as suas equipas motivadas, principalmente em tempos difíceis como estes em que nos encontramos. Lembro que nós existimos como médicos porque existem doentes.

Reafirmo que compete à Direção de Serviço: Planear e Organizar o trabalho dentro do seu Serviço e Gerir os Recursos de forma a prosseguir com os objetivos que são a sua missão que é tratar os doentes.

Não compete à Direção Clínica o planeamento dos horários de cada serviço”.

Devo reconhecer que fiquei perplexa com a resposta porque o referido email contém muitas imprecisões que eu própria e o Dr Paulo Marçal tivemos oportunidade de esclarecer tanto à Direção Clínica como a Vossa Exa. Este email contudo remeteu para mim a obrigatoriedade de assegurar ambos os Serviços pelo que tenho vindo a fazer convocatórias compulsivas aos meus Colegas da UCIP para assegurarem também a UCI sobretudo nos períodos noturnos, pois como o Exmo. Senhor Presidente do Conselho de Administração sabe a UCI funciona sobretudo com médicos prestadores de serviços, “por turnos” fazendo apenas aqueles que podem e em alguns casos, só aqueles que lhes convêm. Desde que fui obrigada a fazer estas convocatórias compulsivas, que sujeita os médicos a um processo disciplinar, caso faltem à convocatória, sempre avisei por escrito e oralmente que esta situação seria transitória e que caso não fosse encontrada rapidamente uma solução daria conhecimento à Ordem dos Médicos e aos Sindicatos. A carência de recursos na UCI e a acumulação de tarefas que os médicos da UCIP e UCI concentram sobretudo nos períodos noturnos torna sobre-humano o esforço dos mesmos, colocando também em risco a segurança dos doentes internados em ambos os Serviços e de todos os doentes críticos do CHEDV. Por esta razão, logo que terminou a equipa de transportes do doente crítico, cujo modelo de trabalho não se adequava às necessidades do modelo de gestão do doente crítico propus um terceiro elemento para os períodos noturnos 7 dias por semana. Este elemento deveria ser capaz e ter expertise para ir em primeira intenção à Sala de Emergência e responder às chamadas da Reanimação intra-hospitalar, assegurando também o transporte dos doentes críticos do CHEDV que necessitassem de transporte com ventilação mecânica invasiva. Caso nenhuma destas circunstâncias ocorresse este médico ajudaria prestando trabalho assistencial na UCI ou UCIP conforme as necessidades de ambos os Serviços, sendo que esta alocação ficaria a cargo do Gestor Diário do Doente Crítico.
Embora possa parecer paradoxal esta proposta dada a escassez de recursos humanos, facilitaria encontrar uma solução dentro dos médicos do CHEDV, na medida em que, médicos menos qualificados para o trabalho na UCI seriam sempre auxiliados pelo Intensivista ou com funções delegadas colocado em primeira linha na Sala de Emergência/Reanimação intra-hospitalar como tive oportunidade de explicitar múltiplas vezes à Dra Catarina Monteiro na sua qualidade de Administradora Responsável pelo Centro de Custos da UCIP/UCI, à Direção Clínica e ao Conselho de Administração do CHEDV.

Tendo em consideração todos os pressupostos anteriormente referidos, considero que não existem as mínimas condições para continuar como Gestora do Modelo do Doente Crítico e da Direção da UCI pelo que apresento a V. Exa. a minha demissão desse cargo com efeitos a partir do dia 30 de Abril de 2014

A partir desta data ficarei apenas alocada à UCIP cuja Equipa Médica assegurará também a Equipa de Reanimação Intra-hospitalar desde que seja permitido pelo Conselho de Administração a marcação de um número de Médicos Seniores adequado com reforço no período da manhã e dois nos períodos da tarde e noite durante todos os dias da semana e que a Equipa de Reanimação Intrahospitalar seja ativada segundo as normas
De salientar que a Reanimação Intra-hospitalar tem critérios próprios de ativação, pode e deve ser ativada por Médicos, Enfermeiros ou Assistentes Operacionais, mas carece de formação. Devo ainda salientar que a UCIP se propôs fazer formação a todos os trabalhadores do Hospital sobre o que é, para que serve e quando deve ser ativada a Equipa de Reanimação Intra-hospitalar, conhecida internamente por “linha vida”, mas infelizmente o Departamento de Formação tem desmarcado todas as formações por falta do número mínimo de pessoas que justifique a Formação. Este facto não é inédito para esta Formação, porquanto isso acontece noutras, uma vez que os Chefes dos respetivos profissionais, os não dispensam dada a escassez de Recursos Humanos em todo o Hospital durante o seu período normal de trabalho.

Permita-me ainda vossa Exa que relembre alguns aspetos muito importantes:

1.      Nas presentes condições a situação da idoneidade da UCIP fica em perigo podendo perder a idoneidade para assumir a Formação dos Internos de Formação Especifica na Valência de Medicina Intensiva, bem como, compromete de forma séria o currículo dos três médicos que se encontram à espera de fazer a Subespecialidade de Medicina Intensiva. Sobre os Internos de Formação Especifica devo lembrar V. Exa. de que algumas Especialidades têm que fazer obrigatoriamente seis e oito meses nos Serviços de Medicina Intensiva pelo que os Internos dessas Especialidades necessitarão de ausentar-se do CHEDV durante esse período, caso se confirme a perda de idoneidade da UCIP.
2.      Já temos compromissos assumidos com outras Instituições para receber Internos de Formação Especifica e que o facto de a Idoneidade da UCIP estar ameaçada pode colocar problemas a estes médicos e honrar os nossos compromissos.
3.      Que o atraso na deteção e tratamento adequado e atempado de um Doente Critico é um fator independente para a morte e que a maioria dos Doentes Críticos num Hospital estão fora das Unidades de Cuidados Intensivos, daí ter surgido a ideia das “Unidades de Cuidados Intensivos sem paredes” e das diversas recomendações Nacionais e Internacionais para que os Doentes Críticos sejam abordados por equipas lideradas por Intensivistas.
4.      Desde 2005 que a UCIP tem no seu contato programa o conceito do “Right Care, Right Now” no que se refere aos doentes críticos adotando a filosofia da “Society of Critical Care Medicine” e já nessa data se propunha continuar a desenvolver esforços no sentido de “criar uma Política e uma Cultura Institucional no que se refere aos doentes críticos”. Este conceito “Right Care, Right Now” incorpora a ideia de que o “Cuidado adequado aplicado no momento exato” é conseguido de forma apropriada através de uma equipa integrada de experts dedicados e dirigida por um médico credenciado no exercício da Medicina Intensiva, entendendo-se por Equipa Integrada todos os profissionais que trabalham com os doentes críticos, que no seu local de trabalho interagem e trabalham como um grupo coeso, de forma a obter os melhores resultados para os seus doentes. A excelência dos cuidados depende da partilha de conhecimentos e experiência, comunicação aberta e completa cooperação nos cuidados a prestar. O núcleo desta equipa é constituído por Intensivistas, Enfermeiros com preparação em cuidados intensivos, Terapeutas Respiratórios e Farmacêuticos, assim como os doentes e as suas famílias(1).
5.      A necessidade urgente de dotar a UCIP e a UCI com médicos dos respetivos quadros em quantidade e perfil adequado, na medida em que em ambos os serviços, mas sobretudo na UCI existem muitos “prestadores de serviços” o que tem profundo impacto negativo no desempenho dos Serviços. Fazendo uma análise custo-benefício o enriquecimento dos quadros médicos com mais elementos irá traduzir-se por uma mais-valia importante, na medida em que o outcome para os doentes será melhor acompanhado de diminuição dos custos para o Hospital. Está demonstrado que o verdadeiro custo de um Staff adequado é igual ao custo aumentado por mais salários menos as complicações evitadas e a redução dos custos ligados à diminuição da demora média de internamento(1) A demora média hospitalar diminui cerca de 30% quando os doentes críticos recebem tratamento prestado por equipas integradas (1).


6.      Reproduzo parte de email e ao mesmo tempo “oficio” que enviei em 3/3/2014 a todo o Conselho de Administração e Adjuntos da Direção Clínica do CHEDV, a propósito de uma ocorrência, das muitas que me têm sido relatadas e das quais sempre dei conhecimento superior, por um colaborador escalado na UCI na noite de 28/02 para 01/03. Dizia assim: - “Como também já tive oportunidade de esclarecer a Exma. Diretora
Clinica, não é verdade, como afirmou, que no tempo em que eu estava na Direção Clínica com menos recursos que os atuais desempenhávamos as mesmas tarefas. Caso persistam dúvidas temos os horários e a distribuição das pessoas que participavam nestas atividades. O que é verdade é que os recursos que foram saindo não foram substituídos. Para além disso, acresce que cada vez mais, à semelhança do que acontece em outras Unidades do País e noutros Países a tendência é para que o número de doentes que precisa de tratamento diferenciado no âmbito do doente crítico está a aumentar. Está estudado e sabe-se que num hospital de agudos o número de camas de Cuidados Intensivos/Intermédios vai aumentar enquanto outros doentes que tradicionalmente eram internados vão ser tratados em regime de Hospital Dia ou Cirurgia de Ambulatório. Em paralelo com estas necessidades o número de profissionais com preparação adequada também tem que aumentar.
Assim face às múltiplas situações já apresentadas anteriormente e a mais esta que agora reporto, continuo a propor:
1-     Um terceiro médico para o período noturno que distribuirá a sua carga horária entre a UCI/UCIP/Sala de Emergência e Emergência Intra-hospitalar.
2-     Oficializar o acordo verbal com a Dra Catarina Monteiro de que aos fins-de-semana haveria dois elementos na UCIP até às 14 horas que poderá prolongar o seu horário pelo período que for necessário de acordo com as necessidades do Serviço, podendo ir até às 20 horas. Este acordo verbal vigora desde a minha vinda para o HSS/CHEDV e só tem sido utilizado quando justificado. Atualmente este requisito é fundamental pelo número de vezes que somos chamados para atividades fora da UCIP e também porque a capacidade máxima da Unidade está na prática implementada, ou seja 11 camas”.
7.      Neste momento reafirmo que é essencial dotar o quadro médico da UCIP e da UCI com Médicos com a preparação e perfil adequados, que a perda do Modelo de Gestão do Doente Crítico é um retrocesso muito grande na qualidade assistencial e na relação custo/beneficio aos doentes da área de influência do CHEDV no que respeita ao Doente Crítico.Por outro lado, mantendo a taxa de ocupação que tivemos em 2013, se deverá abrir “oficialmente” a 11ª cama que na prática está aberta à custa do grande sacrifício de todos os profissionais da UCIP. Finalmente acrescentar que, se durante o fim-de-semana se mantiver a carga de trabalho existente até agora na UCIP, o 3º médico que desde há muito venho a propor para o período noturno, se deverá manter durante os fins-de-semana e feriados todo o dia, trabalhando nos turnos noturnos tal como o proposto desde há longo tempo e durante o dia mantendo o seu papel principal, sendo usado o mesmo critério de alocação para a restante atividade assistencial pelo Gestor Diário do Doente Crítico.
8.      Relembrar a V. Exa. que a UCI no período noturno e aos fins-de-semana tem na prática 15 camas uma vez que os doentes da Unidade Coronária ficam a cargo do médico da UCI quando o Cardiologista não está de serviço, ou seja todos os dias das 0h às 8 h e também durante a maior parte do dia de Sábado, Domingo e Feriados. Além disso a pergunta formulada no email “oficio” que referi e que reproduzo ainda não obteve resposta “Peço ainda à Direção Clínica e ao Conselho de Administração que respondam à questão colocada no email do Dr Marco Fernandes, no que se refere à Unidade Coronária, no período em que não há Cardiologista no CHEDV”, ou seja, transcrevendo:
”Nos períodos em que não há Cardiologista em presença física, caso ocorra algum evento inesperado, complicação ou morte num doente internado na UCIC, de quem é a responsabilidade legal do ocorrido, já que as decisões terapêuticas tomadas são na maior parte das vezes da responsabilidade do Cardiologista?”
9.      Terminar dizendo que a UCIP do CHEDV no que se refere à atividade de Doação e Transplantação de Órgãos tem durante os últimos anos sido classificada entre as que têm melhor desempenho no País, depois de feito o ajuste para a tipologia de Hospital, ou seja sem Transplantação de Órgãos e sem Neurocirurgia, apresentando neste caso um nº de dadores por milhão de habitantes muito acima da média nacional, o que provavelmente diminuirá a partir do momento que deixar de existir o Circuito do Doente Crítico. Isto constituirá também, por todas as razões uma grande perda para muitos doentes que podem vir a ter uma maior e melhor qualidade de vida após a dádiva altruísta de um órgão, bem como diminui automaticamente um dos indicadores de avaliação de qualidade e desempenho da UCIP.

Santa Maria da Feira, 14 de Abril de 2014

Piedade Amaro



Para os Enfermeiros tem um grande significado negativo.
Foi aqui, que administradores como o Sr. Lima, vindo de Vila Real, com guarda-costas e tudo, deram início à destruição da nossa Carreira.
Por esse facto começa, aí, a senda do medo, até de ser sindicalizado, no SE, obviamente.
Foi neste Hospital que começou a destruição da Carreira de Enfermagem, mais uma vez, com a 3ª inauguração feita por Maria de Belém.
Numa visita ao hospital, ninguém apresentou queixas, porque eram espanholas, as Enfermeiras, que trabalhavam 15 dias e noites, cá e estavam outrotanto tempo, em Espanha.
Fizemos alguns comunicados a denunciar as irregularidades, por manifesta falta de qualidade e segurança, da assistência, como foi o caso da criaça a quem o bisturi, na cesariana feita por ilustre aselha, fez um risco direitinho, ao meio, na cabecinha do cesarianado e a parteira, colaboradora, em vez de defender a sua honra, ao ser acusada, perante o pai do dito,  de que tinha sido ela, ao esfregar-lhe a cabeça com um pano, onde estava o bisturi, lhe fez risco tão direitinho. E calou-se, deixando classificar o SE de mentiroso. Também o pai não quis falar, no tribunal, quando soube que a culpa foi do cirurgião. Se fosse para culpar a parteira que lhe coseu a cabecinha do filho muito bem, já estava disponível...
Também o amputado por repuxamento de artéria, enrolada no berbequim de aparafusar, que colapsou e acabou amputado, no HSA, no Porto, ficou sem o testemunho das pessoas, que esconderam a verdade pusilanimemente, e deixaram punir, por juiza esposa de Médico, o SE e o autor dos comunicados que defendiam a verdade e os Enfermeiros.
Que lucraram com defenderem quem não deviam ter defendido, ocultando a verdade?
Que pensam, hoje, das punhaladas que deram nas costas do Sindicalista que denunciou os péssimos contratos, abandalhadores da carreira, praticados pelo Sr. Lima, com a congratulação do Sr. Hugo?
Chegam-nos as piores notícias acerca do desespero daquele(s) que, até roubaram o subsídio de Chefia a um elemento da Direcção do SE.
Oxalá ganhe, em tribunal, a reparação da afronta injusta e lesiva de mais um direito de Enfermeira chefe.
Cá se fazem, cá se pagam.
Esperamos que esteja a fechar um ciclo, onde foram cometidos os maiores atropelos aos Enfermeiros, onde não faltou a concorrência espanhola, de quem do lado de lá, precisava de fazer currículo.  
Que colham os frutos do seu trabalho são os nossos votos.
O nosso comportamento será o mesmo de sempre.
Com amizade,
José Azevedo

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