terça-feira, 24 de junho de 2014

E O BURRO SOU EU... SOU EU...

António Ferreira, "Best Leader Awards*, 2013

O "progressivo esvaziamento de autonomia", "a completa ausência de meios efectivos de gestão" e o quadro geral de "insustentabilidade" ajudam a explicar a demissão em bloco, dos 66 directores do hospital portuense
Quando se demitiram em bloco, quarta-feira à tarde, os 58 directores de serviços clínicos e não clínicos e os responsáveis pelas oito unidades intermédias de 
[- Eu nem quero ver...]
gestão do Centro Hospitalar de São João, actuaram de forma espontânea, sem concertação prévia. Mas o sentimento de revolta contra "o estado das coisas" já vinha a germinar há longo tempo e, em abril passado, os oito presidentes dos conselhos directivos das unidades autónomas de gestão daquela unidade de saúde entregaram uma carta ao presidente do conselho de administração, António Ferreira, onde alertavam para o quadro de "insustentabilidade" vivido
.….Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos aplaude a "posição clara e unânime" de 58 directores de serviços do Centro Hospitalar de São João, que apresentaram a demissão. Em causa, equipamentos obsoletos, falta de material, asfixia burocrática e subfinanciamento. E avisa: urge romper com a visão que centra a Saúde nas finanças.   
JP 21.06.14

É difícil acreditar que este golpe para entalar Paulo Macedo tenha ocorrido de forma espontânea sem o dedo do presidente do CA. Como difícil é de aceitar a posição do CRN da OM a reboque da iniciativa do Dr. António Ferreira.
A luta contra o centralismo cego do ministro da saúde, Paulo Macedo, tem sido liderada, até aqui, de forma inteligente pela OM e sindicatos médicos. Em véspera de importante greve  seria útil que assim se mantivesse. 
As jogadas do Dr António Ferreira dificilmente resultaram em benefício da classe e defesa do SNS. Antes aproveitarão, essencialmente, ao presidente do CA do CHSJ que tem demonstrado mover-se de acordo com a sua agenda pessoal, gizada pela ambição de chegar tão longe quanto possível.
Clara Gomes

ARRAIAL SÃO JOÃO (da Asprela)
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SEXTA-FEIRA, JUNHO 20

Arraial



Os chamados "enganos" de oportunidade!
E de repente o ministro exemplar, reformador, corajoso deixou de o ser. Repete-se a história. Quando os ministros estão em fase de esgotamento deixam de interessar e os fervorosos apoiantes de ontem passam a fervorosos adversários. Tanta comenda, medalha, prefácios de livros, troca de galhardetes e, pasme-se, gente tão informada e letrada nas artes previsionais do SNS descobre subitamente que estava enganada. 
Rebelião hospitalar
Para juntar ao arraial de falta de vergonha fica o espantoso número de termos um hospital em rebelião contra a tutela, com uma tomada de posição politica hostil, subscrita e apoiada pelo órgão de administração numa clara manifestação de afrontamento à  tutela. 
E que diz a tutela? 
Que os tempos estão difíceis. Num pais normal, amanhã alguém estaria demitido. Mas não, por cá, justiça seja feita, esta equipa ministerial consegue vulgarizar a autoridade do Estado. Nada percebe de politica e não tem a mínima consciência da sua incompetência. Neste sentido abre espaço para os profissionais do carreirismo sempre prontos a descobrir que os ministros não prestam quando estão em final de mandato e sopram ventos de mudança. 
Estão muito bem uns para os outros. 
Nesta altura é sempre útil aparecer nas iniciativas dos prováveis vindouros para ver, se finalmente, chega a tão almejada hora de glória. Oportunismo e falta de verticalidade sempre casaram bem.
Olinda

Arraial São João (2)

O descontentamento no CHSJ começou a ser evidente há cerca de dois meses. Numa carta enviada a António Ferreira em 24 de Abril e agora tornada pública, os presidentes das Unidades Autónomas de Gestão do centro hospitalar diziam já que a situação tinha atingido a “insustentabilidade” e que estavam confrontados com “uma completa ausência de meios efectivos de gestão”. Alegavam, entre outras coisas, que "tem sido impossível a substituição de equipamentos médicos vitais, em função do seu normal desgaste” e que os sistemas de informação “não permitem responder às necessidades dos serviços clínicos”. Também a nova redução do financiamento proposta para o contrato-programa deste ano “não valoriza o esforço efectuado pelo CHSJ, desde 2006”. Nessa altura, António Ferreira quis apresentar a demissão, mas o ministro convenceu-o a voltar atrás.
JP 21.06.14  link

No reino da hipocrisia e das meias tintas.
Se o exemplo do CHSJ pega vamos ter demissões de chefias por esse país fora. E presidentes dos CA dos hospitais a imitarem a rábula do "agarrem-me senão eu ... demito-me".
É caso para dizer: "Ao que isto  chegou!" (governação de Paulo Macedo)

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