sexta-feira, 6 de março de 2015

SAIU O GRUPO QUE VAI CHAFURDAR NO NOJO DO ENFERMEIRO DE FAMÍLIA

Assim se esbanja o dinheiro do erário público, num país de parcos recursos.
Façam o favor de ler a sequência de dispositivos legais que mascaram a perda progressiva de autonomia dos Enfermeiros em nome da autonomia dos Enfermeiros que os míopes não conseguem ver a tempo e entesar-se contra quem nos ludibria e não devia fazê-lo porque alguém vai ter de pagar a factura quando os Enfermeiros acordarem.
Não tenho dúvidas de que não vão estar sempre em letargia profunda...
Vejam e meditem, no que é visível e no que é subentendido, facilmente.


Comecemos por salientar algumas diferenças entre os 2 despachos:
1 - O 1º foi publicado em 01/08/2012, com o nº 10321/2012: Dizia coisas lindas: ..... [...estabelece como objectivos estratégicos continuar a melhorar a qualidade e o acesso efectivo dos cidadãos aos cuidados de saúde, quer ao nível da organização, quer ao nível da prestação, definindo como medidas, a transferência de forma gradual, de alguns cuidados actualmente prestados, em meio hospitalar, para estruturas de proximidade ao nível dos CSP]
É evidente que os doentes permanecem mais tempo nos hospitais para terem a garantia de cuidados de Enfermagem adequados ao seu estado e a respectiva continuidade no seu habitat, não os garante, porque os Enfermeiros são poucos e mal aproveitados. Tantas vezes temos dito isto para orelhas moucas!
Mas há males que vêem por bem, diz o Zé Povo.
A lagoa vai secar e vão ser necessariamente obrigados a entregar não só a gestão de unidades de cuidados continuados no regime de continuidade de cuidados que os Enfermeiros asseguram, quando puderem prestá-los a partir do contacto directos dos seus Colegas Enfermeiros nos Hospitais, preparando adequadamente a transição de um local para o outro.
Que sentido faz os cuidados paliativos terem médicos a geri-los, quando estes cuidados começam no momento em que a medicina perdeu a capacidade de fazer algo por aquela pessoa?
Se for vista a situação pelo lado da razoabilidade, manter um Médico nos cuidados paliativos é um duplo crime:
Não está a fazer nada de útil;
Está a enganar a pessoa, na sua caminhada inevitável para a morte, enganando-a com falsas esperanças, porque ainda há quem acredite, que basta ter um Médico de Família para nem morrer, se o mal for de morte e ser curada, em doenças, que não são inventadas, para mostrar serviço e alimentar o cartel da química e da patente.
Tão criminosos é o executante, como quem o alimenta.
....[para um melhor resultado em termos de de saúde, maior equidade, acessibilidade e continuidade de cuidados].
Mas na prática fazem o contrário; pretendem fazer isto tudo com médicos por perto, nem que tenham de os buscar a Cuba, à Colômbia, à Patagónia... Entreguem a continuidade dos cuidados aos Enfermeiros, afastem os Médicos para fora do sistema e verão a obra crescer...
Estar a fingir que dão importância aos Enfermeiros, a que merecem e esperam ver, na prática, é crime.
[....da reforma dos CSP nomeadamente naquilo que respeita à expansão do modelo de USF, foi devidamente reconhecido, no memorando de entendimento, com a troika, sobre as condicionalidades de política económica.]
A reforma existe mas é para pior. Com efeito, o que a troika pode entender por USF, vamos repetir: são as UCC, que a concorrência trata com mimos de polé. UCC é o modelo, que funciona, nas suas terras de origem e não a USF, à portuguesa curta.
Sendo as UCC o verdadeiro embrião duma reforma séria e útil e urgente dos CSP, vejam os tratamento que estão a ter as heróicas e bravas Colegas que arriscaram embarcar nessa aventura.
Até as da ERA lhes têm feito a vida negra. Mas como Deus não dorme, até estas ERAs já começam a perceber que foram enganadas. Vale mais tarde do que nunca. Sorrateiramente, vão minando os sistema, de forma que Médico USF não veja, e não está a ver. Deus é grande e eles,os que atrofiam as UCC, são pequenos.
[....Também neste contexto assinala-se a necessidade de introduzir políticas «que promovam a transferência de recursos humanos dos cuidados hospitalares para os CSP e que reavaliem o papel do desempenho pelos Enfermeiros e outros profissionais de saúde, na prestação de cuidados de saúde».]
Mentirosos... vejam o que estão a roubar aos Enfermeiros que, ingenuamente aceitaram a mobilidade, para colaborarem, inocentemente, na farsa das USF, que permite a desproletarização dos Médicos, com todos os encargos e despesa que se conhecem e que nunca vão ser exclusivos dos CSP (ver a experiência das urgências do Hospital dos Covões).
[....Quanto a este aspecto, em particular, importa reconhecer a importância dos Profissionais de Enfermagem (Enfermeiros?), nos CSP, uma vez que estes podem assumir um papel de dimensão compatível com as suas competências e conhecimentos, quer na promoção da saúde (impedindo a invenção de doenças que rentabilizem as comissões, a todos os níveis garantidas e pagas) e na prevenção de doenças, quer na gestão da doença crónica].
Onde é que está a inversão das medidas, contrárias às que têm vindo a ser implantadas?
[... De acordo com a OMS, os Enfermeiros de Família podem ajudar os indivíduos e famílias a lidar com a doença e incapacidade crónica, ou período de stress ou de maior vulnerabilidade, dedicando grande parte do seu tempo ao acompanhamento dos doentes e suas famílias nas suas habitações.
Estes profissionais podem...podem...podem..., agir como eixo entre a família e o médico de família, substituindo o médico quando as necessidades são mais mais relevantes para a especialidade de Enfermagem]
A que propósito estão a atribuir o papel de furão ao Enfermeiro, que tira o coelho da sua toca para caçador médico abater?
Tenham juízo senhores legisladores.
Os Enfermeiros não precisam que lhes balizem a acção pois não só sabem diagnosticar as situações, com encontrar as respectivas soluções.
Não vos passou pela cabeça pouco imaginativa e menos ainda, conhecedora, que Enfermeiro não é a entidade mais adequada e útil para de detectar problemas para Médico resolver?
É que esses são tão limitados que nem justificam a presença do Médico na estrutura dos CSP, podem estar avençados como os especialistas.
Estão a enganar ou a enganar-se?
Entreguem a coisa a quem a entenda, ou assumam que estão a fazer um mau papel.

[...2 - Compete ao grupo de trabalho:
a) a definição das competências, actividades e âmbito de acção do Enfermeiro de Família;
b) a identificação de areas de partilha de responsabilidade na prestação de CSP,
com outros profissionais de saúde, nomeadamente na área da gestão da doença crónica e programas de saúde;
c) a elaboração de um plano de acção para implementação do conceito de Enfermeiro de Família].

Ao grupo de trabalho não compete nada disto, porque estas previsões violam frontalmente a directiva comunitária 2005 transposta para a lei portuguesa pela Lei 9/2009. Se a OE não fizer a reclamação para Bruxelas, fazemo-la nós para acabar com os atropelos aos Enfermeiros. E não tenham dúvidas que não faltam aqui atropelos e más visões do que é o Enfermeiros.
Se ouvissem mais os Enfermeiros e suas representações em matérias que lhes respeitam directamente e menos o Sr. De Pombal, terra de Marquês, não asneavam tanto.

[ 5 -O grupo de trabalho deverá designar, na sua 1ª reunião, um coordenador, de entre os seus elementos licenciados em Enfermagem...]

Porquê esta sabujice do licenciados em Enfermagem?
Será que os outros elementos do grupo também têm lá licenciados em?
Não terá chegado, ainda ao Ministério da Saúde ou ao ignorante que faz estes despachos de que basta dizer Enfermeiro para trazer por arrasto a licenciatura?
Porque não dizem, também, licenciado em medicina em vez de Doutor ou Médico. Estes também são licenciados em medicina.
Parece que estão a promover os Enfermeiros, quando fazem, precisamente o contrário.
Numa cadeira de hermenêutica do texto filosófico, sendo meu professor o Bispo Torgal Ferreira, ensinaram-me a ler nas entrelinhas.
Já desde 2000 que os cursos de enfermagem produzem Enfermeiros licenciados com tantas ou mais horas de curso do que outros doutores.

Mas, aqui, ainda era escolhido o coordenador de entre os Enfermeiros, o que tinha a lógica e a coerência de serem assuntos de Enfermagem adulta e não brincadeiras de catraios, com arremesso de papas e bolos... como fizeram no outro despacho, (12425 -/2014 deixando antever um puxão de orelhas ao Secretário de Estado, pelo mandante.
Um nojo; uma vergonha de quem a não demonstra de forma razoável...
Serão estes 2 despachos por causa do coordenador do grupo?
[... 3 - O grupo de acompanhamento funciona no gabinete (dele), sendo composto pelos seguintes elementos:
a) Ricardo Jorge Almeida Perdigão Seleiro Mestre, em representação da ACSS, que coordena...]
(não se fica a saber se no meio de tantos nomes de linhagem MESTRE é curso académico, ou...
Se não é, onde está alicentiatura?
Será preciso licenciar-se em Enfermagem para sabermos que é, ou não licenciado em?
Gato escondido, com rabo cortado para não se ver).
[...d) Luís Augusto Coelho Pisco, em representação das Administrações Regionais de Saúde]
Se pensavam que este responsável pelo fenómeno Médico de Família ia faltar à vigilância da quinta e de perto, esqueçam: ele aí está a marcar presença.
E não o culpem a ele...
Ah, também não tem licenciado em quê!...
Será porque já é sobejamente conhecido, e não pelas melhores razões,para a Enfermagem!?
Por que não nomeiam outro?
Será que ainda não perceberam quem são os culpados das anomalias dos CSP ou estão cúmplices com eles?
Não nos faltam razões de contestação destes despachos, como do nojo do diploma que cria o Enfermeiro de Família, desnecessariamente, violando a Directiva Comunitária acima referida, as normas da OMS e a nosso inteligência, fazendo de nós estúpidos.
Sabemos que a Saúde, ainda, é um bom negócio, neste país espoliado do que era bom e tinha valor.
Mas não podem disfarçar uma pouco mais bem a coisa?
"Vá lá, princezinha, dá o portátil ao papá que precisa de fazer o relatório..."
Com amizade e muito lamentos,
José Azevedo










Mirem-se os especuladores das competências da Enfermagem, neste espelho; mirem-se e remirem-se e vejam se têm vergonha do que estão a fazer não só à Enfermagem, mas ao Povo e ao erário público.
A vossa cegueira não vos deixa ser racionais. Nem oportunos!

Com amizade e revolta serena, como uma paixão serena!
José Azevedo








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