segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

FNOPE, UMA OPÇÃO



Cumpre-nos agradecer o convite, mas vamos reflectir sobre a utilidade prática desta estrutura, criada no tempo em que a Ordem e o SEP eram unha com carne, mas para o disfarce. Ora, quem torto nasce...
Sempre defendemos os estatutos dos Sindicatos e o da Ordem, com a respectiva autonomia e equidistância.
Por isso, não nos parece que o papel destas associações, para cuja criação, em nada contribuímos, seja necessário, quer interna, quer e, muito menos ainda, externamente.
Tempos houve, em que os Sindicatos, através do regulamento da Carteira Profissional, desempenharam o papel de órgão deontológico.
Por sua vez, a Ordem dos Médicos, que não tinha problemas de natureza laboral, visto que os Médicos eram (e...) os patrões de si próprios, vindo o 25 de Abril, começou a meter-se, e indevidamente, na esfera laboral, à medida que os Médicos se iam proletarizando, como alguém diz. Criaram Sindicatos: 3 na área da linha sindical da CGTP/in (a  mesma linha que para os Enfermeiros defende o Sindicato ùnico, como garante da força sindical (a deles). Feitios; para catequizar quem está distraído e não nota o salto da essência para a aparência.
Também criaram um Sindicato Independente dos Médicos (SIM), que tem uma estrutura dita independente e não se filia em qualquer Central Sindical. Já a sua relação com a Ordem dos Médicos é mais ou menos uma semelhança do que foi SEP _ OE, mas menos evidente, porque preparam mais bem as suas entradas em cena; quer a OM quer o SIM.
Podemos copiar muitas coisas boas, que os Médicos têm; não é crime, pois também eles nos estão a copiar, cada vez mais.
Mas não devemos copiar as más, como esta proliferação de associações, que esvaziam a miltância sindical, pois há muito e bom Enfermeiro/a, que se julga bem representado com a sua associaçãozinha dos 20 amigos. Para esse grupos minoritários, aconselhamos os "circulos de estudos", uma prática sueca que em muito pode ajudar o associativismo sindical, como na Suécia.
O que não deixa de ser igualmente uma curiosidade, é o facto de que, contra estas Associações o SEP nunca disse que enfraqueciam o Sindicato Único, o deles.
Aliás, foi com esta "Champignonzisse", que os fraceses destruiram a força do movimento sindical, que tem demorado anos a reconstruir.
Que funções poderão desempenhar estas associações de especialidade, que no plano deontológico (pois não têm competências sindicais), podem desenvolver, que os Colégios da respectiva especialidade, não possam desenvolver, com vantagem?
Há limites, na vida das Classes, que os mais activistas, não devem ultrapassar, para terem o seu pequenino areópago. Deviam ter a humildade suficiente para juntarem a sua voz à consecução dos objectivos de interesse geral.
A Ordem dos Enfermeiros foi criada para ser Portuguesa, intramuros.
Essa coisa de exportarmos as nossas misérias, na esperança de que outros as adoptem, é um argumento paupérrimo.Como o é a petulância de supormos que vamos influenciar os Americanos, Filipinos, Russos, Chineses, Ingleses, Francesses, Holandeses, Alemães. Tenham maneiras...
Houve tempos, em que as nossas carreiras nos orgulhavam, na União Europeia, quando se fazia a Directiva de Liberdade de Circulação de Pessoas e Bens.
Se querem participar, a nível internacional, façam-no a título pessoal e a expensas próprias. Foi isso que eu próprio, sempre fiz. E, mesmo sem usar o nome do Sindicato dos Enfermeiros - SE, não me parece que a participação, nos Congressos ou Conselhos, seja mais ou seja menos útil.
Colegas, meditem nisto!

Com amizade e votos de feliz Ano 2015,
José Azevedo


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