sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

O GOVERNO TEM DE RECONCILIAR-SE COM OS ENFERMEIROS



Aquando da nossa intervenção, no dia 10 de Fevereiro 2015, no programa da RTP 1 [Agora Nós], Ana Rita disse uma verdade, entre outras, que é, simultaneamente, uma necessidade: {a reconciliação do(s) Governo(s) com os Enfermeiros}.

Com efeito, na nossa democracia, há os iguais e os "mais iguais".
Cometido o erro, pelos simplórios e, provavelmente bem intencionados, mas com doses elevadas de ignorância, quanto a questões de saúde, caíram no erro de entregá-la, aos Médicos, cuja administração tem, desde a mais simples unidade, à maior das instituições, um Médico, salvo raras e honrosas excepções.

A maneira como o Médico actual olha o Enfermeiro é, de todo incorrecta, porque atrofia as capacidades e iniciativas do Enfermeiro, (que outros países aproveitam), com a agravante, de muitos dos Enfermeiros não se aperceberem disto e, até me aconselharem, a abandonar a tese, que não abandono, obviamente, para ser honesto, comigo e com os Colegas, que represento. Vejam-se os atropelos, que são feitos, às competências da nossa Ordem, que tem iguais competências para usar o direito consuetudinário (o do hábito faz lei), como as tem a Ordem dos Médicos, e só, não mais do que isso, e veja-se a desfaçatez com que se julga, no direito de interferir nos avanços técnico-científicos dos Enfermeiros.
Saem os despachos a fingir que é mas não é, como se o papão médico tenha que os legitimar, numa vergonhosa inversão de poderes, que é ver um Governo a ser dominado por uma Ordem Profissional, que dele emana e ao qual presta vassalagem.

Mas, para se ver a maldade, que há, na Ordem dos Médicos, para com os Enfermeiros, podemos comparar o comportamento, que teve, para com as competências dos TAE do INEM, em concessão de competências, que muitas são dos Enfermeiros e é a Ordem Profissional destes, que tem de marcar posição e não a Ordem dos Médicos e a charada, para com um despacho, que autoriza os Enfermeiros a requisitar exames subsidiários, para o inteligente fazer o diagnóstico. E há muitos Enfermeiros, infelizmente, que pensam que temos de nos calar e reverenciar estoutros profissionais, por sinal os mais próximos de nós e que não fazem coisa que se veja, sem a nossa presença e assistência.
Não é verdade isto?
Desmintam-me e não peçam condescendência, para com aqueles, que são os principais causadores, directos e indirectos, da nossa situação de carreira e de remuneração.
Quem desconhece ou finge desconhecer isto, é parvo ou faz-se.

É aqui, que deve entrar a reconciliação com o(s) Governo(s), que tem obrigação moral e legal de tratar a todos por igual, não na perspectiva de George Orwel: "Todos os animais são iguais, mas há alguns que são mais iguais" - (in 7º mandamento do Triunfo dos Porcos "The Animal Farm").

Os Médicos viram as suas tabelas remuneratórias actualizadas e lacunas de carreira preenchidas, através de 3 Acordos Colectivos de Trabalho; os Enfermeiros, ainda aguardam o 1º, apesar de terem a carreira congelada, desde 2005 e destruída, em 2009 com a prestimosa colaboração do reinado SEP/OE, na versão comunista, então vigente. Tirando umas medalhas não merecidas e uns favores e comandos atribuídos a meia dúzia de enfermeiros, com (e), bem conhecidos, por quem se interessa pela Profissão Enfermeira, nada mais restou, que uma montanha de cacos, facilmente varríveis, como lixo útil.

A reconciliação impõe-se, até para demonstrarem isenção e algum conhecimento do que é a Saúde e quem a promove e, não andarem, sempre, a endeusar as doenças.
Sabe-se que as remunerações dos trabalhadores; a saúde da população e coisas assim, não deixam "comissões" para aumentarem contas de banco, que aumentam responsabilidades aos juízes, que as analisam; nem garantem empregos, do tipo Octapharma ou Dinamicspharma, terminado o mandato governativo de alguns...

Embora o Povo tenha, na sua sabedoria da experiência feita, que: "vale mais prevenir do que remediar" , que se lixe a prevenção, porque não dá luvas; vem sempre de mãos despidas e a abanar.
O que dá luvas é a doença, os medicamentos, o hipocondrismo.

Mas lá dizem os estrategas, como o General Loureiro dos Santos, "as guerras sabe-se quando e como começam, mas nunca se sabe quando e como acabam".

Nós avisamos.

Com amizade,
José Azevedo

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