quinta-feira, 10 de setembro de 2015

COMO EDUCAR MINHOCAS


APRENDER COM OS ERROS DO PASSADO, SÓ TEM UM SENTIDO PRÁTICO QUE É PARA OS EVITÁ-LOS, PELO MENOS OS MESMOS, NO PRESENTE, PARA ACERTAR O RUMO AO FUTURO, QUE É UMA COISA MUITO INCERTA E MUITO COMPRIDA E LARGA, PARECIDA COM O INFINITO.

A minhoca, como não tem vértebras mexe-se mais bem que os vertebrados, por isso volteia em várias direcções, à procura do que nós também procuramos; a subsistência, que a mantém viva.
Então, para vermos a sua capacidade de atenção e memória, mete-se a minhoca num tubo em T electrificado com o polo, que dá choque, num dos ramos do T, o da esquerda, por exemplo.
A minhoca, que não tem olhos como os humanos, que os usam, serve-se da sensibilidade como mecanismo orientador.
Depois de apanhar uma quantidade variável de choques, no ramo esquerdo do T, encaminha-se para o ramo da direita, onde está o sustento, que a mantém animada, viva. Assim, nunca mais volta à zona de choque eléctrico.
Então o estudioso escreve as suas conclusões:
1 - Até as minhocas se educam;
2 - Educam-se, porque têm memória.
Já Karl R. Popper num texto que escreveu, para fundamentar o seu sistema científico (uma teoria para ser verdadeira tem de se poder falsificar) diz ele: «a vida é aprendizagem», a propósito da epistemologia evolutiva e sociedade aberta, que tem inimigos, identifica-os ele, noutro texto.
Há um grupo, conhecido como de Viena de Áustria, comandado por Augusto Compte, que se encarregou de teorizar o positivismo lógico do qual (grupo) Popper é dissidente.
Eu uso a minhoca para exemplo, Popper usa a amiba para dizer que esse unicelular que tem pseudópodes (pés falsos) para envolver o alimento (como a fagocitose) se erra morre; o homem tem a possibilidade de corrigir os seus erros, porque tem massa cinzenta, onde, dizem os entendidos que está a essência da coisa.
Quando se diz: é teimoso como um burro, está-se a fazer um elogio ao burro que, ao que consta, é o mamífero com maior quantidade de massa cinzenta, na caixa craniana. Ora, sendo assim, insiste, insiste, até se tornar teimoso, porque quer aprender a deixar de ser burro, por isso teima.
Também K.R. Popper, grande vulto da "lógica do conhecimento científico", título do texto a que os interessados, nestas coisas, devem ter acesso, classifica: "a vida é aprendizagem".
E é.
Com amizade,
José Azevedo

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