quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

ENFERMEIROS, NEM FALADOS NEM VISTOS


OS ERROS SÃO COMO AS MENTIRAS, DE TANTO SE REPETIREM...<prima>

DECLARAÇÕES DUMA MEDICOCENTRICA


Os centros de saúde têm de ter meios de diagnóstico como eletrocardiograma, raio-X"
PUB
Há dez meses a presidir à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, que tem 22 unidades hospitalares, Rosa Matos adianta que está a estudar as características dos maiores frequentadores de urgências.
Iniciou a sua gestão após a morte de um jovem no hospital de S. José por alegada falta de cirurgia. Foi um teste?
Esse processo foi complicado. A urgência metropolitana de Lisboa está a correr muito bem. Há uma escala entre quatros hospitais - centros hospitalares Lisboa Ocidental, Central, Norte e Garcia de Orta - que permite uma cobertura total para o aneurisma roto. Nos primeiros nove meses assistiram 113 doentes com suspeita de aneurisma roto e 294 doentes com AVC esquémico.
As urgências dos hospitais começam já a registar maiores tempos de espera. Como está a correr o plano de contingência?
Estamos com alguma pressão em termos das urgências hospitalares. Começava por fazer o apelo às pessoas para que liguem primeiro à Saúde 24 e depois recorram aos centros de saúde. Já temos horário alargado em 31 centros de saúde até às 22.00 ou 24.00. Tem havido uma campanha local muito ativa junto da população, a dizer que o centro de saúde está aberto. E se o seu não estiver aberto, haverá outro que estará e com menos tempo de espera. Também alargámos o horário ao fim de semana. Temos 46 centros de saúde abertos ao fim de semana (ao sábado estão quase todos, ao domingo só cerca de 30 é que estão). Se necessário estamos preparados para alargar mais o horário.
E nos hospitais?
Relativamente aos hospitais foram reforçadas as equipas das urgências. No internamento estamos, em quase todos, com aumento de camas. O plano começou a ser trabalhado em junho. Estava previsto o aumento de mais 700 camas em toda a região. Temos também camas sociais que podemos ativar e a rede de cuidados continuados, que também cresceu 223 camas. Tenho percorrido as urgências e a nossa população está cada vez mais envelhecida, mais sozinha. A saúde não pode carregar sozinha este processo. Tem de haver uma boa articulação com as famílias, é preciso envolver a Segurança Social, as instituições de solidariedade social para podermos cuidar das pessoas.
Quantas camas a mais de internamento já abriram?
Já abrimos mais de 50% das camas. Só nos centros hospitalares Lisboa Norte e Lisboa Central temos à volta de 300 camas. Já abriram cerca de 80 cada um. Quase todas as semanas abrimos camas nos vários hospitais.
É também um reflexo do abandono de idosos?
Penso que é um bocadinho de tudo. Por isso dizia que temos de trabalhar com as famílias e as instituições. É muito importante a prevenção da doença e a promoção da saúde. Temos de educar as pessoas a terem cuidado com a sua própria saúde. Obviamente que esta altura do Natal traz sempre - é de há anos e quando trabalhei no Alentejo isso já acontecia - algum abandono dos idosos nas urgências. É uma realidade, não podemos tapar o sol com a peneira.
Como é que os serviços e a ARS se podem conjugar com a Segurança Social?
Foi das primeiras coisas que fiz: reuni com os três coordenadores regionais da Segurança Social. Na península de Setúbal estamos a fazer um trabalho muito interessante. Se trabalharmos em conjunto e cada um fizer o que lhe compete - o problema é que muitas vezes queremos fazer o que o outro está a fazer - de certeza que irá correr bem. Estamos a trabalhar com a Câmara de Lisboa e a Santa Casa da Misericórdia num projeto piloto para fazer esta articulação: equipas de cuidados domiciliários da saúde e equipas domiciliárias das outras duas entidades.
É possível dar a resposta que as pessoas precisam nos centros de saúde?
Temos de tornar os centros de saúde mais acessíveis e mais resolutivos. Quero ir e resolver a minha situação. Os centros de saúde têm de ter alguns meios complementares de diagnóstico para poderem ter uma resposta mais imediata, como análises clínicas, eletrocardiograma, espirometria, raio-X. Estamos a pensar criar quatro centros de saúde piloto nesta área. Já temos raio-X montado a funcionar em Sete Rios (Lisboa), um em Setúbal e vamos montar rapidamente um na Amadora e outro na zona do Barreiro. Espero no prazo de três meses estar a avaliar.
Qual é o investimento para este projeto piloto?
Não queria apontar um valor, mas não será muito elevado. Não será mais de 120 mil a 130 mil euros. Queremos ir ao encontro das necessidades das pessoas. Os centros de saúde, na maioria, estão fechados ao fim de semana. Temos de alterar essa filosofia, porque também adoeço ao sábado e domingo. Penso que em 2017 já deveremos ter algumas experiências. É preciso perceber o que a população precisa e é esse trabalho que gostaria que a ARS tivesse, de planeamento e de reorganização. Estamos a falar de consultas programadas que dão acesso ao seu médico de família.
Não é estranho que hospitais da região de Lisboa tenham dificuldade em contratar médicos?
Este ano abriu o maior número de vagas para médicos de família - foram 175 vagas - preenchemos 109 vagas. O mesmo se passa nos hospitais. O importante é referir que de 2015 para 2016 em toda a ARS tivemos cerca de mais 900 profissionais de saúde. Há sempre algumas especialidades com mais falhas, sítios onde não temos obstetras, outros onde pode haver menos anestesistas, mas o bolo global é que houve um aumento de recursos. Tem havido um grande empenho junto das administrações para que o reforço seja feito. Temos nos cuidados de saúde primários 80 reformados.
É a falta de médicos de família e a incapacidade dos centros de saúde de dar uma resposta tão imediata que tem levado a que as pessoas se dirijam primeiro às urgências?
Não podemos reduzir a ida aos hospitais apenas neste dois fatores. Claro que eles têm uma parte de responsabilidade. Temos de reforçar, como disse, os cuidados de saúde primários com médicos de família e outros profissionais. Temos médicos dentistas, psicólogos, equipas multidisciplinares que queremos aumentar. E aumentar acessibilidade para que as pessoas se habituem a ir ao seu médico de família.
Que outros fatores pesam?
Quem vai à urgências é uma população muito envelhecida, que quer fazer exames como TAC ou RM, que quer ver a sua situação resolvida. É preciso educar a população. Temos uma grande afluência ao serviço de urgência que temos de trabalhar. Um estudo que pedi, e que fizemos em três ou quatro hospitais, os grandes frequentadores das urgências são geralmente os grandes frequentadores dos centros de saúde. O trabalho que agora estamos a fazer é perceber as características e o que as leva a recorrer aos dois sítios.
Os três novos hospitais para a região vão ser impulso importante para aumentar a resposta?
Temos uma equipa técnica criada pelo Ministério da Saúde e estamos a desenvolver os três processos paralelamente. Sintra e Seixal essencialmente virados para o ambulatório, mas também com algumas camas de cuidados continuados.
Lisboa Oriental vai ajudar a melhorar resposta e quanto vai poupar já que os edifícios do Lisboa Central estão vendidos?
Com a construção do novo hospital vai ser preciso reorganizar este parque de saúde que Lisboa tem. Deverá ser trabalhado com serenidade, com transparência de maneira a que quando chegarmos ao novo hospital todo o processo decorra com a calma necessária, tendo em vista que para os profissionais será melhor e para os doentes também.
Fará sentido manter uma unidade a funcionar no centro de Lisboa [ao todo, encontram-se na região 22 unidades hospitalares], onde a população está envelhecida?
Penso que poderá ser estudado e ser uma hipótese a considerar. Todas as pessoas que fazem parte do grupo de trabalho conhecem bem a população e se for necessário, será acautelado.
Há queixas de tempos de espera relacionadas com exames. Quais os equipamentos em falta e a necessidade de investimento?
Temos um levantamento feito, que ronda à volta dos 40 milhões de euros. Nesta altura já abriram fundos estruturais da Saúde 2020. Temos 19,5 milhões para os hospitais concorrerem. São algumas substituições de equipamentos obsoletos como TAC, ressonância magnética, outros aquisições de raiz.
Porque é que ainda faltam rastreios na região?
Já temos algum trabalho na área da teledermatologia e no primeiro semestre de 2017 penso ter toda a ARS coberta com este rastreio. A espera, no máximo, para uma consulta é de seis dias. É um bom exemplo de como com pouco dinheiro se pode fazer mais e melhor pelas pessoas. Temos também a retinopatia diabética que estamos a fazer com a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal e que estamos a alargar com meios próprios. No primeiro semestre de 2017 estará em todos os 15 agrupamentos de centros de saúde (ACES). Já temos rastreio da mama em quatro ACES (Lezíria, Médio Tejo, Oeste Norte e Estuário do Tejo) e vamos alargar a cobertura. Neste momento fazemos muito rastreio casuístico na mama, colo do útero e cólon e reto. Pretendemos que seja um rastreio com base populacional. Fica o compromisso da minha parte que os vamos iniciar durante 2017.



"Os centros de saúde têm de ter meios de diagnóstico como eletrocardiograma, raio-X"





II ADMINISTRADORES HOSPITALARES ESQUECERAM A ESCOLA DO MESTRE CORIOLANO

Administradores hospitalares têm solução para falta de médicos nas urgências

30 nov, 2016 - 22:10 • Ana Carrilho
Associação defende equipas dedicadas de médicos, como já acontece na "enfermagem e em todos os países civilizados”.
Há problemas estruturais nas urgências médicas que poderiam ser resolvidos com a criação de equipas médicas dedicadas, tal como já aconteceu com a enfermagem, defende o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH).
Em declarações à Renascença, Alexandre Lourenço deixa claro que não basta contratar mais médicos, como o Ministério da Saúde tem feito. Também é preciso organização e o envolvimento de todos os actores, nomeadamente, ordens e sindicatos.
No entanto, em resposta ao alerta feito esta quarta-feira pelo bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, sobre a hipótese de ruptura nas urgências na época do Natal, o presidente da APAH diz que as populações podem estar tranquilas.
“Os serviços de saúde saberão responder às necessidades a que serão sujeitos nesta época natalícia e de passagem de ano. Existem algumas dificuldades de organização que são estruturais e recorrentes, uma vez que os serviços de urgência estão dependentes, muitas vezes, do trabalho extraordinária dos profissionais de saúde ou da contratação de empresas privadas”, sublinha.
Para Alexandre Lourenço, “as horas extraordinárias não resolvem o problema, uma vez que os profissionais também têm o seu desgaste e o trabalho continuo e em excessivas horas leva a uma redução da qualidade do serviço prestado”.
Por outro lado, as empresas privadas a que os hospitais recorrem, “muitas vezes, não têm a qualidade necessária para assegurar a continuidade de cuidados dos nossos doentes”, adverte.
Para ajudar a resolver o problema, a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares defende a equipas dedicadas de médicos ao serviço de urgência, como acontece na enfermagem “e em todos os países civilizados”.
O ministro da Saúde já admitiu que podem surgir problemas, mas Adalberto Campos Fernandes garante quehá vários meses que está a ser feito trabalho para que tal não aconteça.
<<<<<<<\/>>>>>>>>>>>

POR ISSO O GATO MIOU <prima>

Sem comentários:

Enviar um comentário