sexta-feira, 12 de maio de 2017

DIA DO ENFERMEIRO



Dia do Enfermeiro
12/05/2017

Os dias mundiais servem para dar voz aos silenciosos ou silenciados, assim como a espécies em vias de extinção.
Em qual destas categorias podemos catalogar a Enfermagem?
Em meu modesto entender, em nenhuma.
Os Enfermeiros têm necessidade urgente de mudar de mentalidade e de paradigma de atuação e o dia internacional ou simplesmente "dia do Enfermeiro" deve servir para estimular-lhes essa glândula paradigmática.
O nível intelectual e a sua utilidade prática imprescindível, não se compadecem com o paradigma em que teimam circunscrever-los.
Quando os Enfermeiros querem e os líderes reais cumprem o seu dever a Enfermagem "pula e avança" e o nosso mundo alcança os seus fins úteis.
Numa demonstração de força, se os Enfermeiros a quiserem usar, como fizeram em 1975-76-77, até 1991, revela como conseguiram inverter o seu estatuto, no plano formativo, incluindo-se, no ensino superior, depois de várias hesitações estruturais, que ainda andam por aí.
A força que transmitem é tão grande que ultrapassa todos os obstáculos, por isso o significado do dia do Enfermeiro está deslocado.
Mas os problemas continuam por resolver, porque há quem discorde da eficácia que os Enfermeiros imprimem nos SNS, que tapam, até, umas brechas, por onde entra o vírus da corrupção.

Estamos em greve de zelo

O medo dos governantes da nossa área, é tal, que nem querem ouvir falar nisso. Fingem ignorá-la, porque confiam que os grevistas profissionais de serviço habitualmente, conseguem desmobilizar a greve de zelo. Esqueceram uma condição: eles também são Enfermeiros.

O nosso 12 de Maio deve ser bivalente:

Por um lado mostrar os avanços técnicos e científicos dos Enfermeiros a nível mundial;
Pelo outro, deve recordar o dia em que os Enfermeiros subiram 5 letras no seu vencimento, passando o vencimento do Superintendente, para o Enfermeiro de 2ª classe.

Portanto: para o exterior, o dia deve expor os nossos avanços técnico-científicos;
Para o interior, deve incentivar os Enfermeiros a lutarem por melhores condições de vida e de trabalho,  lembrando-lhes as vitórias e como foram conseguidas e as derrotas e quem e como as conseguiu.

Muitos dos problemas atuais resultam do referido paradigma ultrapassado que já não baliza a grandeza da Enfermagem.
Ora, os Enfermeiros, ao atuarem num paradigma ultrapassado, fazem a mesma figura do D. Quixote, que agia sob o paradigma da analogia, quando já estava em vigor o da "mathesis universalis", o da ciência.
No da analogia, era Deus que tudo mandava; estava em todo o lado. Bastava saber procurá-l'O;
No da ciência eram as cartesianas, as coordenadas,a ciência, a gnosiologia. Daí, os moinhos lhe parecerem castelos, os rebanhos, exércitos, etc.
Com efeito, a Enfermagem cresceu mais que  o previsto, para esta Categoria, o que origina as leituras erradas e impõe a mudança de paradigma.
Vejam as caricaturas, à volta da diagnose,  que desemboca no diagnóstico.
Se os pelejadores da contenda soubessem o que é essa coisa, como qualquer Enfermeiro sabe, não escondiam toda a sua sabedoria e mérito atrás da diagnose.
Diagnostikós é, em grego, a capacidade de discernir que desemboca, no português diagnóstico.
Que seria dos doentes, se, no silêncio da vela, onde o Enfermeiro se encontra só, perante o doente e a sua doença, se não fosse capaz de discernir.
Enfermeiros Colegas, soltem as amarras, sejam Enfermeiros, para como bom samaritano, poderem corrigir o mau samaritano, na sua ignorância pesporrente.

José Azevedo
Presidente do SE – Sindicato Enfermeiros







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