segunda-feira, 22 de maio de 2017

O PROBLEMA NÃO É DE QUEM MANDA; É DE QUEM OBEDECE



O Tino da Rans, concorrente à PR, no atual mandato, usa alguns conceitos muito úteis e práticos.
Cá vai um deles:
«Se o meu chefe der uma ordem e eu não a cumprir, conclui-se que o meu chefe não manda nada», diz o Tino.
Vem isto a propósito de nalguns hospitais, as chefias estarem a impor as normas que não fazem parte do plano da greve de zelo.
Uma delas são os registos e alguns da competência dos Médicos como os da coisa segura, onde os Enfermeiros para segurarem a coisa têm de entrar no perfil médico.
Como no bloco, para arrumarem as caixas de ferros têm de entrar no perfil do pessoal auxiliar.
Convém lembrar de que o chefe ou diretor só manda se houver quem obedeça.
E a obediência ou é às normas da greve, que são as normas legais; ou é à manutenção dos usos e costumes, que são normas suspensas pela greve. Basta aderir para estar protegido na recusa de normas não previstas pela greve.

Não é honesto deturparem aquilo que a gente diz ou escreve, acerca das normas da greve, usando o nosso nome.
Eu fui ao Hosptal de Santo António e disse aos Enfermerios do bloco operatório o que devem e não devem fazer.
Não é honesto usar o que disse e acrescentar o que não disse.
Sabendo o quilate de quem está a explorar os Enfermeiros, que vão desde outros Enfermeiros a outros profissionais, gravo as declarações que faço e as perguntas, que me fazem para maior rigor, nas respostas, no momento, ou depois.
Não culpem as chefias por vos darem ordens que violam a greve; culpem-se por cumpri-las!
É oportuno lembrar que as greves são o grito de revolta dos trabalhadores. São eles que as promovem; são eles que devem respeitar de mais, que não de menos, as suas regras.
E não venham com medos.
Ainda agora, recebi a notícia, através da nossa Delegação Sindical, do São Francisco Xavier de que já não precisam da nossa ajuda esclarecedora, porque já sabem juridicamente, que a greve é normal e legal.
A norma é porem em dúvida tudo o que dizem da greve, à vossa volta;
E recorrerem aos Sindicatos que a decretaram, para se esclarecerem, pois só eles têm competência para o esclarecimento de qualquer dúvida. Só eles têm autoridade para dizer o que os grevistas podem e não podem fazer.
As ordens ilegais que vos estão a dar, não são para cumprir. 
Os processos e as mudanças com que vos ameaçam podem sair muito caras a quem ameaça, isto é; não tenham medo das ameaças, porque já estamos a fazer processo para o ministério público, acerca disso.
Ernest Hemingwey escreveu no texto a que deu o título "Por Quem os Sinos Dobram", relativo à guerra civil espanhola: «D. Pablo, o cigano que ia fusilar o padre da aldeia, ficou escandalizado pela forma como o padre saltava por cima das carteiras da escola, pois achava pouco digna esta forma de o padre enfrentar a morte certa».
Comparem esta situação com o que está a acontecer com certos hospitais, que estão a enfrentar de forma pouco digna as normas da greve. Nem sequer percebem, porque as administrações não são suficientemente inteligentes (fenómeno do jobs for the boys), que a greve até lhes pode facilitar a vida. 
Santa Lusia os alumie!
José Azevedo

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